01 out E “quando setembro acabar” é a provocação feita pelo CRP-MG em live
Com o tema “Quando setembro acabar”, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) encerrou o ciclo de lives especiais relacionadas ao suicídio. Durante o mês foram também levantadas as reflexões sobre “Prevenção do suicídio em tempos de pandemia e patologização do sofrimento”, “Infância, adolescência e suicídio” e “Estratégias de prevenção do suicídio”, todas disponíveis para assistir clicando aqui. O evento, que encerrou a jornada, teve como objetivo, conforme explicou sua mediadora, a psicóloga e conselheira do CRP-MG, Paula Khoury, problematizar e provocar a categoria para a incessante necessidade de encontrar novos olhares e novas escutas para o assunto.
Além da mediação de Paula Khoury, psicóloga clínica, professora, supervisora de estágio e coordenadora do curso de Psicologia das Faculdades Alfa Unipac. Conselheira, coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia e Clínica e integrante Comissão de Ética do CRP-MG, a live contou com as convidadas psicólogas: Eriane Pimenta, especialista em Gestão em Saúde Pública, integrante do Fórum do Campo Lacaniano de Juiz de Fora, do Conselho Municipal de Políticas Integradas sobre Drogas (COMPID-JF) e Coletivo 8M. Psicóloga do Núcleo Apoio Psicopedagógico (NAP) da Rede Doctum-JF; e Mariana Tavares, especialista em Psicoterapia Contemporânea (UFMG), Saúde Pública (ENSP) e Recursos Humanos em Saúde (OPAS/ENSP). Foi Diretora da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais, Gerente de Gestão do Trabalho e da Educação Permanente da SMSA/BH, consultora da Política Nacional de Humanização do SUS/MS.
Eriane Pimenta foi a primeira convidada a expor suas ideias e iniciou provocando as(os) demais psicólogas(os) sobre a necessidade de falar abertamente sobre o suicídio. “Temos que desmistificar esse tema, falar sobre tudo que causa sofrimento”, disse ela chamado a atenção para a produção prejulgamentos em todos os ambientes da vida humana e como eles são causadores do sofrimento. “São muitas as coisas que achamos que são pequenas, mas não são. O machismo, a lgbtfobia, o bullying, entre outros, provocam dor. Mas a mudança pode vir pela educação, desde cedo dentro de casa. É no dia a dia que vamos contribuindo para uma sociedade livre de preconceitos”, assinalou.
A psicóloga Mariana Tavares continuou a análise dos fatores que permeiam o suicídio pontuando que se trata de uma questão coletiva, de saúde pública, e que neste momento a sociedade vive um paradoxo: vê a escolha pela morte como um tabu, mas banaliza as vidas perdidas pelo Covid-19 não respeitando o isolamento e outras práticas preventivas. A consultora do SUS colocou ainda a questão da elaboração do luto, de que comunicação o suicídio faz com as pessoas que ficam, da escolha pela morte e da “grave despolitização da questão”
Assista o encontro na íntegra: