21 fev CRP-MG lança cartilha sobre uso de redes sociais para estudantes de Psicologia
Material traz recomendações para utilização ética das plataformas por futuras(os) profissionais
A publicidade por meio das redes sociais é um dos recursos utilizados pela categoria psi para divulgar seus serviços e aumentar o alcance de assuntos relacionados à Psicologia. Além das(os) profissionais, estudantes também se apropriam do ambiente virtual para falar sobre temas que têm contato por meio das aulas na universidade e em estágios supervisionados.
Diferentemente do que acontece com psicólogas(os), que devem seguir normativas para que essa comunicação nas plataformas zele pela ética profissional, estudantes não possuem códigos que descrevem esses limites. Pensando nisso, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) desenvolveu um material de orientação para que alunas(os) dos cursos de graduação saibam como utilizar as redes sociais de forma responsável.
“Apesar de as funções do Sistema Conselhos de Psicologia estarem relacionadas intrinsecamente com o exercício profissional, ou seja, não estarem voltadas diretamente para o trabalho com as(os) estudantes, o CRP-MG percebe que caminhar junto delas(es) pode gerar um impacto positivo para a imagem da Psicologia enquanto ciência e profissão”, destaca a psicóloga fiscal Carolina Murta, uma das responsáveis pela organização da cartilha. Para ela, é importante que a presença de estudantes nas redes também se baseie na ética para garantir que a sociedade receba informações coerentes sobre um fazer psi implicado e íntegro.
O material foi construído a partir de dúvidas e denúncias recebidas pelo Setor de Orientação e Fiscalização do CRP-MG, que permitiram constatar equívocos cometidos pelas(os) estudantes ao fazer uso das redes sociais. Na época, Carolina atuava como estagiária de Psicologia no CRP-MG e percebia o impacto que a reflexão e a discussão diária sobre ética profissional exercia em seu desenvolvimento enquanto futura psicóloga. “Na formação, com frequência a reflexão ética é preterida em detrimento de um conhecimento científico que, isolado, é insuficiente para construir profissionais prontas(os) para responder às demandas que o mundo direciona à Psicologia”, avalia.
Foi nesse contexto que o CRP-MG desenvolveu a publicação, com abordagem orientativa e preventiva. Dessa forma, o material contribui para a instrução das(os) estudantes em relação ao uso das redes sociais, que hoje são palco de grande parte das publicações sobre Psicologia para o público leigo.
Debate na formação
O conselheiro e coordenador da Comissão de Orientação em Psicologia e Formação Profissional, Márcio Damasceno, também é professor do curso de graduação e relata que a busca por informações sobre a publicidade nas redes sociais é um debate que aparece frequentemente em sala de aula. “Cada vez mais as redes sociais são veículos potencializadores para a divulgação do trabalho profissional, como também apresentam o percurso da pessoa até a profissão”, analisa. Por isso, alunas(os) sentem-se estimuladas(os) a ocuparem esses espaços.
Para o psicólogo, a divulgação da Psicologia e a presença de estudantes nas plataformas não é necessariamente ruim, visto que pode, inclusive, desmistificar o papel da(o) psicóloga(o), auxiliar outras pessoas que desejam entrar na profissão e ampliar o horizonte sobre saúde mental. No entanto, a utilização das redes deve ser feita de forma responsável, de maneira a contribuir positivamente tanto para a aproximação com outros setores da sociedade, quanto para a formação daqueles que produzem conteúdos nas plataformas.
Recomendações para psicólogas(os)
O CRP-MG também produziu cartilha com orientações sobre publicidade profissional para a categoria psi. O material está disponível no acervo digital da autarquia.