18 ago Trabalho e mulheres são discutidos no programa de rádio Psicologia em Foco
A inserção da mulher no mercado de trabalho é recente. Antes da primeira e segunda guerras mundiais, a maioria ficava em casa, cuidando da família e dos afazeres domésticos. Por isso, vem se discutindo a igualdade salarial e o fim de estereótipos que prejudicam o exercício profissional dessas mulheres.
No programa de rádio Psicologia em Foco (uma parceria do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais com a Rádio Inconfidência AM 880) desta quarta-feira (17/8) esse assunto foi abordado com a presença da mestre em Psicologia, Letícia Gonçalves. Ela também tem pesquisas sobre saúde das mulheres, aborto, gênero, violências contra as mulheres e formação em saúde.
Letícia iniciou a entrevista comentando sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho. “Na verdade, elas sempre trabalharam já que os serviços domésticos também são um tipo de trabalho e depois seguiram em empregos com situações precárias, como nas indústrias”, afirmou. A psicóloga também explicou que o mercado de trabalho denomina alguns serviços como femininos, mas que a Psicologia critica esse reconhecimento. “Existe uma lógica que as mulheres nascem com o biológico de trabalharem em serviços de limpeza, cuidado de pessoas, profissões na área da saúde, com exceção da medicina que por 100 anos foi ocupada apenas por homens. Mas todos esses são empregos que também podem ser exercidos por homens”, declarou.
Quando o assunto é gravidez, Letícia explicou que há discriminação no mercado de trabalho. “Normalmente há uma influência na contratação porque circula a ideia de que um homem nunca vai precisar faltar ao emprego para levar o filho ao médico, por exemplo”, relatou. Ela ainda comentou a declaração feita pelo Ministro da Saúde sobre os homens cuidarem menos da saúde do que as mulheres porque trabalham mais. “Essa afirmação é contrária a pesquisas que dizem que as mulheres trabalham mais que os homens. O fato deles não irem ao médico é porque a sociedade sustenta a ideia de que cuidar da saúde é ser fragilizado”, pontuou.
Se você não pode ouvir a entrevista, utilize o player abaixo para escutar.