A criminalização dos Direitos Humanos na mídia foi tema de debate no Psicologia em Foco

O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 6/12, falou sobre a criminalização dos Direitos Humanos na mídia. A atividade fez alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro). O encontro abordou o significado dos Direitos Humanos e de suas possíveis interpretações, principalmente frente à defesa da garantia de direitos. Assista o debate completo.

A cientista política, mídia-ativista e membro da ONG francesa Internet sem Fronteiras, Florence Poznanski, apresentou a mídia como um espaço fundamental para a formação das pessoas, construção das identidades individuais e coletivas e percepções do que é certo e errado. Falando sobre a violação à liberdade de expressão, Florence citou o artigo dos Direitos Humanos que nos dá o direito a comunicação. “Ao falar em direito à comunicação, é importante lembrar que esse direito não se dá apenas a comunicadores. Há um direito de expressar e de acessar informações qualificadas. É uma via de mão dupla”, explicou Florence.

Coletivo Calar Jamais – O coletivo Calar Jamais levantou vários casos de violação dos Direitos Humanos relacionados à comunicação, em sete áreas. São elas: violações contra jornalistas e comunicadores; censura de manifestações artísticas; cerceamento a servidores públicos; repressões em protestos e manifestações; repressão e censura nas escolas; censura nas redes sociais e desmonte da comunicação pública. Como soluções para tentar barrar esses tipos de violações, Florence citou a importância das denúncias destes casos e a efetivação do direito de resposta na mídia.

O jornalista e mestrando em Psicologia, Bruno Vieira, trouxe questões sobre o papel dos meios de comunicação frente aos Direitos Humanos. Ele explicou que os meios de comunicação promovem um debate raso sobre a efetivação dos Direitos Humanos, principalmente ao trazer programas policialescos e sensacionalistas, que acabam fazendo sucesso no Brasil. “Estes programas são uma espécie de ponte, ou reflexo, do que é a sociedade brasileira: estruturalmente racista. Sendo assim, a mídia reproduz essa estrutura e, ao fazer isso, acaba implodindo a concepção do que são os Direitos Humanos”, defendeu Bruno.

Possível saída – A exposição de pessoas negras, periféricas e em situação de vulnerabilidade, acaba contribuindo para o genocídio da população negra. “Um aspecto errôneo da mídia é reforçar alguns lugares, e não discutir acerca de outros”, explicou o jornalista. Na mídia televisiva, uma possível saída para o enfrentamento do genocídio da população periférica, jovem e negra, é acabar com os programas policialescos e sensacionalistas. Porém, não basta apenas retirá-los do ar. É preciso que a mídia reforce coisas positivas no lugar destes programas.

A mediação da mesa foi realizada pela psicóloga mestra em Psicologia Social e especialista em Segurança Pública e Justiça Criminal, Daniela Tiffany.

 

 

 

 

 



– CRP PELO INTERIOR –