Adoecimento psíquico e periculosidade foram temas de edição extra do programa de rádio

Psicologia em Foco no rádio abordou acontecimento recente no Rio de Janeiro

O sequestro de um ônibus com 39 pessoas na ponte Rio-Niterói, no dia 20 de agosto, que culminou na morte do jovem Willian Augusto da Silva, movimentou a mídia e as redes sociais e deu vazão a uma série de opiniões, por vezes, equivocadas, sobre o adoecimento mental e suas consequências. Por isso, na quinta-feira, 22/8, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), em parceria coma Rádio Inconfidência AM, veiculou uma edição extra do Psicologia em Foco para abordar o assunto em entrevista com o psicólogo e conselheiro do CRP-MG, Filippe de Mello.

Ouça o programa na íntegra.

“O que a gente tem construído ao longo de todos esses anos, de conhecimentos sobre o sofrimento psíquico, aponta que alguns momentos de intensidade no sofrimento serão chamados de surto psicótico, ou um quadro de crise”, explicou Filippe de Mello. Segundo ele, a partir do que foi veiculado pela imprensa, não havia indícios de que havia algo agravando o quadro do jovem William e que, por isso, não se pode afirmar que a atuação dele foi derivada de um surto psicótico.

Para o psicólogo, a vinculação entre Saúde Mental, ou sofrimento mental, à criminalidade ou à periculosidade é uma construção que aconteceu a partir da lei de execução penal de 1984, que produziu uma lógica de que o louco infrator precisaria ter alguma punição. “Essa vinculação entre Saúde Mental, ou adoecimento psíquico ao perigo é uma construção que precisamos desfazer”, argumentou.



– CRP PELO INTERIOR –