08 nov Campanha sobre questões étnico-raciais no rádio: abordamos o mito da democracia racial
Durante todo o mês de novembro, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizará uma campanha sobre Consciência Étnico-Racial e os programas de rádio integram essa iniciativa.
O primeiro programa desta série foi ao ar na quarta-feira, 7/11, e abordou o mito da democracia racial. A convidada foi a psicóloga, mestra em Psicologia Social (UFMG), Daniela Tiffany. Ela é pesquisadora de gênero e raça e assessora parlamentar.
Segundo Daniela Tiffany, o debate da democracia racial se intensificou, nos últimos anos, a partir das discussões sobre cotas nas universidades e nos serviços públicos. O acesso que, aparentemente, seria para todos, acaba se tornando muito estreito devido ao histórico social do Brasil. “Temos um país marcado pelo componente racial que caracteriza, até mesmo, a classe das pessoas. A possibilidade de acesso é completamente social e de cor, não é, de forma alguma, meritocrática”, afirma.
A psicóloga e pesquisadora explica que para mudar este cenário, primeiro, precisamos reconhecer a existência do racismo como um fator institucional: “ele não está em um lugar ou outro, está em todos os lugares. É preciso se questionar”.
Daniela explica que o racismo se intensifica a partir do momento em que negros tentam acessar determinados espaços e deixam de ser maioria. “O racismo institucional entra aí, quando olhamos para determinados postos e achamos normal só terem negros e quando olhamos para outros e achamos natural e justificável não ter nenhum”, completa.