08 out Conselheira do CRP-MG aborda prevenção ao suicídio de pessoas idosas em programa da TV Assembleia
Participação destacou a importância da escuta, do diagnóstico precoce e de políticas públicas voltadas à saúde mental na terceira idade
Como falar sobre um assunto tão delicado e, ao mesmo tempo, tão urgente? O suicídio entre pessoas idosas(os) foi o tema do Panorama, programa da TV Assembleia, conduzido pelo jornalista Fernando Gomes. A entrevista contou com a participação da conselheira do CRP-MG Ângela Valentim e do psiquiatra geriátrico Rodolfo Ladeira.
Em sua fala, a conselheira chamou a atenção para o modo como o sofrimento psíquico se manifesta nessa etapa da vida. “Dificilmente o idoso vai dizer abertamente que quer se matar. As falas vêm disfarçadas, como ‘eu poderia não acordar mais’”, explicou. Ela acrescentou que esse tipo de expressão costuma ser minimizado e confundido com reclamações, mas pode ser um pedido de ajuda. “É difícil para a própria pessoa lidar com esses pensamentos, e isso faz com que eles não apareçam de forma clara. Por isso, muitas vezes, não são levados como sinais de alerta”, completou.
Já o psiquiatra Rodolfo Ladeira destacou que a depressão é um dos principais fatores de risco para o suicídio de pessoas idosas. “Muitas vezes, o paciente chega em busca de ajuda para a depressão, que é o ideal, mas em alguns casos só chega depois de uma tentativa de suicídio”, afirmou. O médico também chamou a atenção para os índices de letalidade: “Entre jovens, a cada duzentas tentativas, uma resulta em morte. Já em idosas(os), a cada quatro tentativas, uma resulta em morte. Ou seja, é muito mais difícil o idoso sobreviver a uma tentativa. Precisamos agir antes que isso aconteça”, alertou.
Políticas Públicas
Outro ponto abordado pelo programa foi a importância das políticas públicas voltadas à população idosa. A psicóloga Ângela Valentim lembrou que as unidades de atenção primária à saúde, as equipes de Estratégia de Saúde da Família, os Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e os grupos de convivência têm papel fundamental no acolhimento e no encaminhamento adequado a esse público e podem contribuir para evitar que uma ideação suicida chegue a uma tentativa. “Existem políticas públicas voltadas a essas pessoas, mas é preciso garantir a efetiva implementação, para reduzir o isolamento e fortalecer vínculos sociais”, ponderou.
O programa está disponível na íntegra no canal da ALMG no Youtube. Assista:
