03 ago CRP-MG participa da Plenária Negra do Sistema Conselhos de Psicologia
O evento contou com a presença de representantes de todo o país
Com informações do CFP
Nos dias 28 e 29 do último mês, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou a Plenária Negra “Aquilombamento da Psicologia: corpos-territórios de afeto, política, resistência e ancestralidade” em formato presencial e transmitida pelo YouTube. O evento reuniu os 24 regionais, incluindo o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), por meio da participação das conselheiras Suellen Fraga (presidenta), Liliane Martins (vice-presidenta), Alessandra Belmonte, Ana Maria Prates e Lorena Rodrigues de Sousa. A atividade marcou o compromisso na promoção de ações afirmativas, inclusivas e reparatórias.
Minas Gerais também foi representada de forma remota pela psicóloga Jessica Isabel e os integrantes da coordenação colegiada do Núcleo de Minas Gerais da Articulação de Psicólogas e Psicólogos Negros e Pesquisadores (Anpsinep), Adelina Nunes e Leandro Leco.
A cerimônia de abertura teve caráter especial em virtude do lançamento da segunda edição do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: práticas para uma Psicologia antirracista, feito pelo presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho. Participaram integrantes de entidades representativas e especialistas. A programação da Plenária Negra contou com momentos de troca e reflexão sobre os desafios da área. No debate, estavam presentes as especialistas Ana Flauzina (doutora em Direito e professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia) e Carla Akotirene (doutora em Estudos Interdisciplinares de Gênero, Mulheres e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia).
Para a vice-presidenta do CRP-MG, Liliane Martins, o evento foi rico e emocionante, pois o aquilombamento que deu nome à Plenária se refere à “possibilidade de construção de um espaço de resistência contra hegemônico com acolhimento e afeto, trazendo espaço para diálogo sobre ações afirmativas dentro do Sistema Conselhos”. “Durante as palestras foi possível refletir sobre a interseccionalidade. Trata-se de um tema importante de ser apropriado pela área, visto que a análise interseccional serve como base para a construção de uma Psicologia comprometida com os direitos humanos e as minorias sociais”, pontuou.
Também presente na plenária, a conselheira Alessandra Belmonte ressaltou que plenárias como essa são necessárias pois a realidade da população e das psicólogas negras brasileiras é muito plural. “Devemos nos escutar para elaborar estratégias de atuação e desenvolver uma política de ações afirmativas que dizem de um compromisso ético-político da Psicologia com a luta antirracista. Para ser de fato antirracista é necessário pensar, para além de políticas de inserção: de permanência das conselheiras negras e outras minorias dentro deste espaço. Temos em andamento a revisão da resolução CFP nº 018/2002 que é extremamente cara para as comissões de direitos humanos e relações étnico-raciais”, assinalou.
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