19 ago Debate autismo e políticas públicas
Cada sujeito tem sua história, suas potencialidades e dificuldades. Diante de situações adversas, cada indivíduo vai agir de forma singular. Isso também acontece com as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). É o que indica a “Linha de Cuidado para Atenção Integral às Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e suas Famílias no Sistema Único de Saúde”, produzida pelo Ministério da Saúde. O documento foi apresentado pela psicóloga,Paula Pimenta, durante o debate “Autismo e Políticas Públicas: possibilidades de cuidado”, realizado no dia 13 de agosto, em Belo Horizonte.
Promovido pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais, a atividade contou com cerca de 90 participantes, entre eles, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psiquiatras, estudantes de Psicologia e outros. Participaram do debate: a doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP e diretora superintendente do CAIS (Centro de Atendimento e Inclusão Social) de Contagem, Cristina Abranches; a doutora em Psicologia pela UFMG e participante do Núcleo de Pesquisa em Psicanálise com Crianças, do Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de MG (IPSM-MG), Paula Pimenta; o psiquiatra e consultor do Ministério da Saúde, Rossano Cabral.
A diretora superintendente do CAIS, Cristina Abranches, destacou os limites e dificuldades de atendimento às pessoas com o transtorno do autismo no âmbito público. Segundo Abranches, existe uma deficiência no tratamento e no apoio às famílias que vivem esses casos. Ela ainda questiona se os pacientes são “só números”, uma vez que não há melhorias no atendimento público, embora haja relatos e dados de aumento de casos.
O psiquiatra Rossano Cabral acredita que uma das explicações para o aumento de diagnósticos é o fato de que os portadores da Síndrome de Asperger, que antes não eram diagnosticados como autistas, passaram a se receber esse diagnóstico. Rossano afirma que as políticas públicas do Ministério da Saúde de atendimento às pessoas com o transtorno do autismo não trazem nenhum serviço novo, mas fortalecem a rede de atenção e cuidados que já existe.
Durante o evento, foi lançado e disponibilizado para os participantes um DVD contendo o registro do I Seminário Autismo e Políticas Públicas, realizado em novembro de 2012, em Betim e a “Linha de Cuidado para Atenção Integral às Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e suas Famílias no Sistema Único de Saúde”, produzida através de um Grupo de Trabalho composto por representantes de universidades, organizações de familiares, serviços de atenção à saúde e Ministério da Saúde.
Confira AQUI as fotos do debate “Autismo e Políticas Públicas: possibilidades de cuidado”.