30 abr Live do CRP-MG reflete sobre saúde mental e cuidado com os povos indígenas
No Abril Indígena, Psicologia é convocada a ouvir, aprender e agir com responsabilidade intercultural
“Queremos mais que sobreviver. Queremos viver. Queremos bem viver.” A afirmação do psicólogo indígena Hudson Carajá, membro da Comunidade Indígena Carajá, marcou a live transmitida pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), no dia 28 de abril. O encontro fez parte da série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e convidou a categoria a pensar o cuidado com os povos indígenas para além do calendário simbólico de abril — com compromisso, escuta e presença o ano todo.
O conselheiro e coordenador da Comissão de Orientação em Psicologia e relações étnico-raciais do CRP-MG dividiu a conversa com a pajé Adriana Korã, do povo Kariri-Sapuyá, em um diálogo sobre o que é, de fato, promover saúde mental entre os povos originários. Em uma provocação, Hudson pontuou: “A Psicologia é essa ciência, essa pessoa psicóloga que, na sua atuação profissional, está ali para fazer a escuta. E como a gente falha em escutar os povos indígenas!”, lamentou.
Para Adriana, que atua com formação intercultural de profissionais de saúde, é urgente romper com ideias de neutralidade e universalidade que ainda atravessam o cuidado mental. “A saúde mental para os povos indígenas está relacionada com o território, com a memória coletiva, com o processo histórico, com o próprio bem viver, com a cosmovisão do que seja saúde e do que seja doença. Quando essas dimensões são ignoradas, estamos promovendo adoecimento.”, alertou.
Série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro
As transmissões ocorrem mensalmente, sempre na última segunda-feira de cada mês, no canal do CRP-MG no Youtube. A compreensão é a de que o diálogo sobre saúde mental precisa ser permanente, em todos os níveis de cuidado, com foco não apenas no indivíduo e suas subjetividades, mas em todas as coletividades.
Assista ao diálogo completo da edição de abril, com o tema Psicologia e Povos Indígenas: