Nota explicativa sobre Psicologia Escolar e Educacional

Nota explicativa sobre Psicologia Escolar e Educacional

A Comissão de Psicologia Escolar e Educacional do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) vem, por meio desta, elucidar a nota explicativa publicada em 27 de junho.

A nota foi construída com o objetivo de apresentar o posicionamento dessa comissão às(aos) psicólogas(os) da área escolar e educacional a partir de questionamentos sobre a Síndrome de Irlen e Disexecutiva. Optamos por não colocar os nomes das síndromes para evitar desconfortos, mas, reconhecemos que aconteceu exatamente o contrário.

Nosso objetivo foi o de reafirmar nossa preocupação com o crescimento de diagnósticos superficiais dentro do ambiente escolar que não se apoiam em critérios científicos. Acreditamos que diagnósticos construídos dessa forma pouco contribuem para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Por outro lado, reconhecemos os benefícios do conhecimento científico produzido pelas pesquisas no campo da avaliação psicológica realizadas, tanto na área escolar quanto em relação aos processos de aprendizagem, como aliados da prática profissional e do cuidado com os sujeitos.

No entanto, preocupa-nos a redução dos sujeitos aos diagnósticos de forma que uma síndrome, por exemplo, seja tomada como o próprio sujeito, num efeito colagem, desconsiderando o contexto familiar, escolar, social, histórico e cultural em que as questões singulares se produzem. Nesse sentido, é importante que elas sejam tratadas como sistemas que não se relacionam somente aos indivíduos, mas que incluam as instituições, as políticas e seus diversos atores na construção de soluções, que devem se dirigir, portanto, não apenas aos sujeitos, mas aos diferentes contextos em que vivem. Devemos lembrar que a Psicologia já foi utilizada como instrumento de classificação de alunos, produzindo exclusão e segregação, passado que não desejamos retomar. Nossa prática profissional produz, como muitos autores afirmam, regimes de verdade sobre os sujeitos e esta é uma questão muito delicada, pois “marca” e também cria contextos relacionais que vão incidir nos processos de subjetivação.

Gostaríamos de afirmar que somos abertos ao debate e ao encontro de ideias e opiniões divergentes que ajudam a construir caminhos. Assim, agradecemos as manifestações dos colegas de profissão e convidamos para participar dos nossos encontros, que acontecem mensalmente, na sede do CRP-MG. Nosso compromisso é ampliar os debates sobre este e outros temas no campo da Psicologia em sua relação com a Educação.

Belo Horizonte, 7 de julho de 2017
Comissão de Psicologia Escolar e Educacional

XV Plenário do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais

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