Desafios de mulheres no mercado de trabalho pautam live do CRP-MG

Novo episódio da série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro  integrou a programação especial do Mês de março e já está disponível no YouTube

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) promoveu na noite dessa terça-feira, 26/03, mais um episódio da série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro.

Com o tema Mulheres e os espaços profissionais: evolução, importância e desafios a superar, a live integrou a programação especial em celebração ao mês das mulheres e pode ser assistida no canal do CRP-MG no YouTube.

Na ocasião, a psicóloga clínica Lauanna Palhares destacou algumas questões que escuta das mulheres trabalhadoras. “O trabalho precarizado ainda é uma queixa muito presente. As jornadas são muito extensas, e, muitas vezes, essas mulheres ainda conciliam com o trabalho doméstico, em jornadas duplas e triplas. Um trabalho que é tão invisibilizado e muitas vezes não é valorizado. A falta de reconhecimento também é uma queixa frequente, que traz uma sensação de insuficiência. Apesar de as mulheres terem a capacidade técnica e intelectual, e às vezes currículos muito melhores, elas não são reconhecidas, inclusive financeiramente”, relatou.

Já a artista e empreendedora Naiane Paula Estevam ressaltou a cobrança precoce sobre as mulheres. “Essa menina, principalmente se ela for periférica, tem que ser dona de casa desde muito cedo; tem que procurar meios ou formas de empreender desde muito cedo; tem que levar uma renda e um sustento para a família desde cedo. Então encontramos meninas com responsabilidades e autocobrança desde muito novas. Isso faz com que essas jovens, ainda sem conhecimento e em formação, se submetam a muitas coisas. Há muitas delas com o psicológico abalado há muito tempo. E aí, para enfrentar o mercado de trabalho, ela carrega a autocobrança e o silenciamento, sem poder denunciar o que sente”, ponderou.

Por sua vez, a mediadora do encontro, Priscilla Messiane, compartilhou algumas reflexões acerca do Dia Internacional das Mulheres. “Principalmente quando a gente passa pelo oito de março, a gente escuta muito a palavra ‘guerreira’. Podemos pensar tanto pelo lado bélico, como se a nossa existência estivesse condicionada a um embate constante, o que é uma realidade, mas eu gosto de refletir sobre o que essa palavra nos diz no sentido de termos de ser fortes, termos de suportar e de dar conta de tudo”, instigou a psicóloga.

Coordenadora da Comissão de Orientação Mulheres e Questões de Gênero da subsede Centro-Oeste do CRP-MG, Priscilla ainda lembrou que o Conselho possui material orientativo sobre o assunto. “Temos, por exemplo, a cartilha Maternidades: da romantização aos efeitos na saúde mental das mulheres, que fala sobre a saúde mental das mulheres mães, e também temos fôlderes sobre micromachismos”, informou.

Essas e outras publicações produzidas pela autarquia estão disponíveis no Acervo Digital do CRP-MG.

Já a live está disponível, na íntegra, no canal do CRP-MG no YouTube. Assista ao diálogo completo:

 



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