05 jul Primeiro Psicologia em Foco de julho falou sobre norma, ética e exercício profissional
O Psicologia em Foco realizado nesta quarta-feira (4/7), na sede do Conselho Regional de Psicologia (CRP-MG), tratou do tema “Psicologia: a norma, a ética e o exercício profissional”.
A mesa contou com a presença de Gilson Iannini, que é professor do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em Filosofia; e Maria Clara Dias, que é pós-doutora, doutora em Filosofia, professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – onde integra o Programa de Pós-Graduação em Filosofia e o Programa de Pós-Graduação, Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva. A mesa foi mediada pela conselheira Letícia Gonçalves, que é psicóloga e presidenta da Comissão de Orientação e Ética do CRP-MG.
O debate está disponível, na íntegra, na internet.
O professor Gilson Iannini abordou aspectos relacionados a ato e potência. “Uma regra codificada, escrita, é agora ato. Não é potência mais. O interessante e paradoxal é que ao atualizar-se no Código, o pensamento agora é algo. Passa a ser algo que perde a potência e a impotência”, afirmou.
“É importante lembrar que a nossa tradição ética procurou evitar o problema da potência reduzindo-o aos termos da vontade e da necessidade. A ética tradicionalmente se interessou não por aquilo que você pode, mas por aquilo que você quer ou deve fazer”, completou Gilson Iannini.
A professora Maria Clara Dias falou sobre os desafios relacionados a ética e exercício profissional. “Podemos fornecer instrumentos, mas a prática é sempre muito singular e se houvesse uma resposta prévia, provavelmente ela violentaria a prática, porque tentaria encaixar singularidades num modelo que já foi dado. O indicativo é sempre tentar perceber a forma de expressão de um ser singular que, muitas vezes, é totalmente diversa da nossa própria forma de expressão”, avaliou Maria Clara Dias.
A mediadora da mesa e coordenadora da Comissão de Orientação e Ética do CRP-MG, Letícia Gonçalves, explicou que o Conselho tem como referência o Código de Ética profissional e as Resoluções do Sistema Conselhos. “Nossa intenção é retomar o que fundamenta esses acordos e isso é um pouco menos desejável tendo em vista a urgência da prática”, explicou.
“A Psicologia brasileira presta um grande serviço na produção de justiça no país quando faz a crítica do recorte moral, de quem é o concernido, ou seja, com quem a Psicologia se preocupa. Assim, ela amplia o escopo de concernidos morais, tentando incluir todo mundo e faz isso retirando a possibilidade de universalização do sujeito, ou seja, tentando dar conta da pluralidade”, realçou a conselheira e coordenadora da Comissão de Orientação e Ética do CRP-MG, Letícia Gonçalves.