11 mar Profissionais denunciam precarização do trabalho em audiência pública em Montes Claros
CRP-MG participou das discussões sobre os impactos da redução de psicólogas(os) e assistentes sociais na rede municipal e os riscos do modelo de nucleação

Profissionais denunciam precarização do trabalho em audiência pública em Montes Claros
O Conselho Regional de Psicologia Minas Gerais (CRP-MG) esteve presente em uma audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Montes Claros, no dia 27 de fevereiro, para discutir a atuação de psicólogas(os) e assistentes sociais na rede municipal de ensino. Diante da possibilidade de redução do número de profissionais atuando diretamente nas escolas, as categorias demonstraram forte indignação e se mobilizaram para denunciar a precarização do trabalho.
Ted Evangelista, conselheiro do CRP-MG, alertou para os riscos do modelo de nucleação durante a audiência. “A psicologia escolar não é Psicologia clínica. Ela participa do planejamento pedagógico e das estratégias de ensino e aprendizagem. Não podemos aceitar retrocessos nos avanços que já conquistamos”, afirmou. O Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-MG) reforçou a ineficácia do formato e destacou que ele gera impactos como o aumento da violência nas escolas e o adoecimento de professoras(es).
Agora, profissionais e entidades aguardam a resposta do Executivo, enquanto seguem mobilizados para garantir que estudantes, professoras(es) e famílias tenham o suporte necessário. A decisão da Prefeitura sobre essa demanda pode definir o futuro da política educacional do município.
O que é o modelo nucleado e por que preocupa os profissionais?
A preocupação com o assunto veio à tona após um pronunciamento informal do secretário de educação, indicando a intenção de modificar a estrutura de atendimento para um modelo nucleado, seguindo o padrão estadual. Diante disso, os vereadores Daniel Dias e Iara Pimentel foram acionados pelo CRP-MG e pelo CRESS-MG e convocaram uma reunião emergencial da Comissão de Educação, no dia 27 de fevereiro. O encontro reuniu psicólogas(os), assistentes sociais, representantes de professoras(es) e vereadoras(es).
No modelo nucleado, psicólogas(os) e assistentes sociais não atuam diretamente em cada escola, mas são distribuídas(os) em núcleos regionais, atendendo várias unidades ao mesmo tempo. Isso reduz a proximidade com alunas(os), professoras(es) e famílias, comprometendo o acompanhamento contínuo e a eficácia das intervenções.
Segundo Representantes do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-MG), experiências em outras cidades mostram que esse sistema gera sobrecarga de trabalho, atendimento superficial, aumento da evasão escolar e dificuldades de aprendizagem. Por isso, as(os) profissionais de Montes Claros defendem a permanência desses serviços dentro das escolas, garantindo um suporte adequado à comunidade escolar.
