26 jul Psicologia e relações étnico-raciais: Mesa de abertura destaca a importância de que a Psicologia faça o debate sobre o racismo
A mesa de abertura do Seminário “Psicologia e as Relações Étnico-Raciais”, realizado nos dias 19 e 20/7, em Belo Horizonte, contou com a participação de representantes dos movimentos negro e indígena e do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG).
A psicóloga Camila Rodrigues, representante da Comissão de Psicologia e Relações Étnico-Raciais do CRP-MG falou sobre a criação e as ações articuladas pela comissão, que foi criada em março de 2017. Camila destacou a importância do espaço para se discutir sobre o racismo, assim como a psicóloga e representante do movimento negro, Larissa Borges.
Larissa Borges enfatizou a invisibilização do povo negro e a diversidade que caracteriza o movimento em defesa dos direitos de negras e negros. “Que possamos avançar lutando juntas!”, conclamou.
Betânia Pereira, representante do coletivo de estudantes do Centro Universitário UNA – Não Passará em Branco, relatou algumas experiências do coletivo dentro da Universidade. Ela destacou as dificuldades de ser negra dentro do espaço acadêmico e deu um exemplo do racismo institucional: “eu nunca tive um professor ou professora negra na faculdade”, afirmou.
Representando os povos Kaxixó, Liderjane Gomes da Mata, explicou que trabalha com ervas medicinais e passa seus conhecimentos para as futuras gerações, mas teme que o bem mais precioso, a terra, seja tomado. “Meu povo tem sofrido vários abusos e o principal tem sido as retiradas de terras, pois é o sustento do povo indígena”, alertou.
O psicólogo Filippe de Mello, conselheiro e representante do CRP-MG, também ressaltou a importância de que a Psicologia faça o debate das questões étnico-raciais. “O racismo é determinante nas condições de saúde”, afirmou. O conselheiro destacou que a Psicologia tem um papel fundamental no combate a essas violações e o tema precisa ser debatido junto à categoria para que se possa “ouvir e conseguir dar nome a esse sofrimento, o racismo”, defendeu.