Psicologia em Foco discutiu racismo e relações étnico raciais

O ultimo Psicologia em Foco do ano – evento semanal realizado pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) – debateu, nesta quarta-feira (14/12) o racismo e as relações étnico raciais. Participaram da mesa a psicóloga Daniela Tiffany, que é mestra em Psicologia Social, pesquisadora das temáticas de gênero e promoção da igualdade racial e atualmente atua como assessora parlamentar; e o mestre de capoeira Nego Ativo, músico, arte educador, cineasta e pesquisador da cultura Bantu/MG. Como mediadora da mesa o debate contou com a psicóloga Alessandra Belmonte, que é coordenadora da unidade de acolhimento institucional TJ Criança Abriga.

Daniela Tiffany falou sobre o “ideal brancura”. “Nós temos uma referência que pureza, beleza, inteligência, nobreza e bondade são coisas de branco e isso cresce como se nós fôssemos a versão pejorativa de nós mesmos e isso reflete no nosso corpo, pois comecemos a tentar aproximar desse ideal de brancura. E quando você começa a confrontar esse ideal dizendo que é racismo, as pessoas te colocam no lugar da chatice ou da loucura”, explicou, ela.

O mestre Nego Ativo relatou o primeiro ato de racismo que sofreu, ainda aos 9 anos de idade em sala de aula. Ele foi chamado de macaco por um colega e reagiu batendo com uma régua na cabeça do menino. O mestre disse que não se lembra do porquê da sua reação, mas que desde sempre a capoeira, o espírito de liderança e as artes estavam presentes e isso deu suporte e o empoderamento para não abaixar a cabeça ou desocupar um espaço que lhe pertence.

Ao encerrar a discussão a psicóloga Daniela Tiffany falou sobre as relações inter-raciais: explicou como essa construção naturalização do ideal de brancura faz com que homens negros se casem com mulheres brancas por questões estéticas, dentro desse ideal de beleza branca, e que mulheres negras se relacionem com homens brancos por serem mais companheiros e com boa carreira.



– CRP PELO INTERIOR –