Psicologia em Foco no rádio aborda temas relacionados à vida do trabalhador

No último domingo, 1° de maio, foi comemorado o Dia do Trabalhador. Dessa forma, o Psicologia em Foco no rádio, veiculou dois programas consecutivos sobre o tema.

O primeiro assunto abordado foi “trabalho e contemporaneidade”, veiculado no dia 27 de abril, que teve como convidada a psicóloga Terezinha Maria Araújo. Ela é Administradora, Psicóloga e Psicanalista, professora da faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e da PUC Minas. Trabalha com Psicologia Clinica, em consultório e Psicologia do trabalho, como consultora, em empresas de grande, médio e pequeno porte.

Terezinha explicou que com a revolução industrial teve início do capitalismo. “Com o trabalho manufaturado, o trabalhador passou a ser controlado pelo sua própria atividade. Houve sim mudanças desde aquela época até os dias de hoje, como mais direitos, mas a exploração continua”, relatou. A psicóloga completou dizendo que com isso as pessoas estão ficando adoecidas, trabalhando cada vez mais e sobre pressão constante. “Tem que fazer mais com menos e se não tiver competência é logo demitido”, declarou.

Terezinha afirmou que apesar de parecer contraditório, o trabalho pode causar desconforto ou prazer. “Atividades repetitivas adoecem o trabalhador que começa a ficar cheio de fazer a mesma coisa sempre. Mas para outros pode ser um tipo de tratamento de alguma enfermidade psicológica, algo que proporciona prazer”, explicou.

Quanto à Psicologia, a convidada explicou o papel dessa área junto às empresas. “É importante que a psicologia trabalhe junto com os gestores, para que eles possam aprender a escutar seus trabalhadores. Dessa forma, as instituições têm percebido que são as pessoas que fazem a diferença dentro de uma empresa e atualmente elas estão buscando treinar seus profissionais”, relatou. Ela ainda completou dizendo em que a psicologia auxilia. “Escutando todos os trabalhadores da empresa; conciliando capital e trabalho; discutindo novas formas de atuação e buscando a organização do trabalho”, declarou.

Já nesta quarta-feira (4), o tema discutido foi: “os impactos da crise econômica e o medo do desemprego afetando o trabalhador”. A psicóloga convidada para falar sobre o assunto foi Matilde Agero. Ela é doutora e professora em Psicologia do Trabalho.

Matilde enfatizou que as crises econômicas são recorrentes e acontecem em todo o mundo. “Elas impedem a acumulação de lucros das empresas e cada vez que surge uma crise são implementadas medidas para que o lucro volte a subir. São essas medidas que podem influenciar o meio do trabalho de cada um”, afirmou.

A psicóloga disse que o trabalho tem uma função psicológica. “Quando estou trabalhando também estou contribuindo para a sociedade. Portanto, o trabalho é fundamental não só para quem o está executando, mas também para a população inteira, que precisa desses serviços”, relatou. Matilde explicou que ao executar o serviço além do que pode, o trabalhador fica adoecido. “Ele normalmente toma essa atitude por medo de perder o emprego”, declarou.

A convidada afirmou que esse adoecimento causa um desequilíbrio emocional que apesar de parecer, não é uma questão individual. “Esse problema causado pelo excesso de trabalho e pela ideia de que se pode perder o emprego, é um problema estrutural, de toda a empresa, pois se afeta o trabalhador, atrapalha também a função que ele cumpre, prejudicando a empresa e consequentemente a sociedade, que não receberá o produto/atendimento em boas condições”, explicou.

Matilde ainda afirmou que a crise pode ter um lado positivo. “Ela pode nos auxiliar, sendo um motivo para enfrentarmos os nossos problemas. Além disso, há formas de superar a crise de maneira conjunta. Quando as pessoas perceberem que problemas no trabalho são coletivos, poderão se unir e fazer com que a vida não só profissional, mas em geral fique melhor”, finalizou.

Para ouvir as entrevistas completas, utilize os players abaixo.



– CRP PELO INTERIOR –