Psicólogos se reúnem para discutir a rede de atenção à saúde

Cerca de 70 psicólogos participaram da roda de conversa sobre “O Papel do Psicólogo na Rede de Atenção à Saúde”, no dia 26, na Subsede Centro-Oeste, em Divinópolis. Promovido pelo CRP-MG, o evento faz parte das atividades em comemoração ao Dia da(o) Psicóloga(o).

A mesa de palestra foi composta pelo professor adjunto da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Carlos Gama, os psicólogos do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) de Onça do Pitangui, Marcos José da Silva, do Nasf de Matheus Leme, Fabiana Ribeiro, do município de Arcos, Lucielen da Silva e a psicóloga e ex-secretária de saúde de Betim, Conceição Rezende.

Os participantes puderam fazer perguntas aos palestrantes à medida que cada um contava as maiores dificuldades que enfrenta na área de saúde de sua cidade. Conceição Rezende expôs as lutas que os psicólogos travaram para que a profissão fosse reconhecida, o que só aconteceu através da lei 4119 de 1962.

“Apesar de nós já termos vencido várias barreiras, ainda existem muitas dificuldades a serem superadas, porque o nosso Sistema Único de Saúde tem só 25 anos. Nós temos uma cultura ainda no Brasil muito médica-centrada e medicamento-centrado. Ou seja, antes se você tinha qualquer problema da saúde, só o médico ou o remédio resolviam”, explica.

Segundo a psicóloga, a priorização de outros atendimentos como a psicologia, a fonoaudiologia, a nutrição e a educação física trouxe benefícios para os usuários do SUS. “A prática dos médicos no programa Mais Médicos ou na equipe de saúde da família tem mostrado a sua insuficiência pela falta de vários outros saberes. Por exemplo, o saber da psicologia, da fonoaudiologia a mesma coisa a fisioterapia, o educador físico. Em poucos momentos da história verificou-se o quanto a população valorizou estes equipamentos”, ressalta.

Prevenção

De acordo com Conceição, o cuidado com a saúde atualmente tem começado com a prevenção. “Atualmente a saúde tem sido tratada de uma forma mais abrangente. Por exemplo, poucas pessoas hoje desconhecem o valor da nutrição para a sua saúde. Você vê as pessoas questionando ‘opa, se eu não me alimentar bem vou ter que tomar remédio que vai me trazer outros problemas’. A psicologia está dentro deste contexto. Nós precisamos relembrar o valor social da psicologia”, afirma.

Postura profissional

Outro ponto levantado pela psicóloga durante a palestra é a postura profissional que o psicólogo deve ter nas unidades de atendimento do SUS. “À medida que os empregos vão surgindo, a luta por emprego fica mais fácil e a briga hoje não é para ter emprego, é para ganhar mais, para sair mais cedo, para a redução da carga horária. Isso faz com que a nossa luta fique mais fácil, mas nos exige mais ética na relação com a sociedade”, acrescenta.

O reconhecimento da sociedade para com os psicólogos é primordial para Conceição, que enfatiza a busca da saúde do paciente. “Nós precisamos perceber que a sociedade nos reconhece como pessoas que querem além do salário, mas como profissionais que querem a saúde de todo brasileiro, a saúde pública e a saúde mental, que querem atenção em liberdade, fora dos manicômios”, conclui.

Fonte: com informações de Pollyanna Martins, do site da Gazeta do Oeste



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