18 dez Capacitismo, cuidados paliativos e emergências e desastres pautam última Apaf de 2025
CRP-MG participou da Assembleia e assumiu a coordenação de Grupos de Trabalho estratégicos
O Sistema Conselhos de Psicologia realizou, nos dias 13 e 14 de dezembro, a última edição de 2025 da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf). O encontro, de caráter deliberativo, reuniu em Brasília 111 delegadas(os) e discutiu temáticas como enfrentamento a violências, luta anticapacitista e contexto de emergências e desastres.
Minas Gerais presente

Da esquerda para a direita, conselheiras(os) Nayara, Lucas, Andressa, Fabiana e Isabelle na Apaf, em Brasília
A Assembleia representou um marco para o atual plenário do CRP-MG. “Essa foi a primeira Apaf do XVIII Plenário, um momento para compreendermos os trâmites e a dinâmica deliberativa desse espaço nacional”, destacou a vice-presidenta Isabelle Pereira. Para ela, o encontro foi fundamental para alinhar as prioridades da Psicologia mineira em relação ao debate nacional e fortalecer a integração com o Sistema Conselhos.
“Conseguimos garantir que temas estratégicos para Minas, como o enfrentamento ao capacitismo e a ampliação da atuação em contextos de desastres, fossem incorporados às discussões e deliberações centrais”, relata o conselheiro secretário, Lucas Ayres.
A coordenadora da Comissão de Tomada de Contas, Andressa Antunes, reforça essa perspectiva. Segundo a conselheira, diversas pautas dialogaram com as demandas e especificidades de Minas Gerais, dentre elas a manutenção do Grupo de Trabalho sobre Comunidades Terapêuticas. “Minas é o estado com o maior número dessas instituições no país, o que torna fundamental a atuação do Sistema Conselhos no monitoramento, no posicionamento ético e na defesa de práticas alinhadas aos direitos humanos e às políticas públicas de saúde mental”, pondera.
Já a conselheira tesoureira Fabiana Alcântara ressalta o caráter formativo do encontro. “Além das deliberações, a Apaf é um espaço de aprendizado sobre a gestão e a governança do Sistema Conselhos, o que é essencial para nosso trabalho de controle interno e transparência”, completa.
Encaminhamentos
Dentre as deliberações, foi aprovada a proposta de plano de trabalho do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) para o ano de 2026; a criação de grupos de trabalho (GTs) sobre Psicologia do Trânsito, sobre o uso das redes sociais por psicólogas(os) e sobre a inserção de título de especialista em cuidados paliativos. Também foi criado um GT que tem como objetivo elaborar uma nota técnica para atuação psi em emergências, desastres e conflitos em territórios indígenas.
O CRP-MG assumiu a coordenação de GTs estratégicos na região Sudeste:
– GT de Orientação e Fiscalização;
– GT de Cibersegurança;
– GT de Emergências e Desastres em Territórios Indígenas e
– GT de Neuropsicopedagogia.
Além disso, o Regional atuará em conjunto com o CRP-SP como suplente no GT dedicado à Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
A assembleia também deliberou pela manutenção e aprofundamento de discussões centrais para a categoria, como os impactos da Inteligência Artificial (IA) no exercício profissional e as estratégias para o enfrentamento ao capacitismo dentro e fora da Psicologia. “Esses encaminhamentos refletem o compromisso do Sistema Conselhos em responder, com rigor técnico e ético, aos desafios contemporâneos da sociedade e da profissão”, avalia a presidenta da COF do CRP-MG, Nayara Teixeira.
Mais acessibilidade e inclusão
Nayara afirma que a Apaf é um espaço estratégico de reflexão sobre o futuro da profissão, que possibilita discutir de forma ampliada as ações e os saberes psicológicos. Contudo, pondera que a organização precisa ser aprimorada, de forma a promover um encontro mais inclusivo e acessível às pessoas com deficiência.
A conselheira relata que atrasos, excesso de luzes e ruídos foram extremamente nocivos a conselheiras e conselheiros neurodivergentes. Ela conta que problemas técnicos também dificultaram o acompanhamento das discussões por uma colega surda.
“Essas situações evidenciaram uma distância preocupante entre o discurso e a prática no que se refere às pautas de inclusão e acessibilidade, por isso o CRP-MG se posicionou de forma crítica e responsável, chamando atenção para a necessidade de maior planejamento, coerência institucional e respeito às condições que garantem a participação política de todas as pessoas”, pontua.
A psicóloga reforça que acessibilidade não é um detalhe operacional. “É um compromisso ético e político que precisa ser sustentado concretamente, especialmente em um espaço deliberativo financiado pela própria categoria”, defende.
Encontro com tesoureiras(os)
No dia 12 de dezembro, véspera da Apaf, um encontro nacional reuniu as(os) tesoureiras(os) de todos os Conselhos Regionais, com o objetivo de alinhar a gestão financeira e administrativa em todo o Sistema.
“Foi uma oportunidade para compreender em detalhes os processos financeiros que regem tanto os Regionais quanto o Conselho Federal”, explicou Fabiana Alcântara.
A reunião contou com a presença da tesoureira do Conselho Federal de Psicologia (CFP) da gestão anterior, Neuza Guareschi, que apresentou a estrutura de sustentação financeira da autarquia e a importância da contribuição dos CRPs. “Ficou evidente como o planejamento estratégico e a transparência não são apenas sobre números, mas sobre a materialização do nosso trabalho em prol da categoria”, destacou Fabiana.
Entre os temas centrais, foram debatidas a autonomia financeira, a prestação de contas e a transparência ativa. “Reforçamos que transparência vai além de publicar valores. É sobre comunicar, de forma clara e acessível, os projetos, planos de ação e resultados alcançados com os recursos da categoria”, complementou a tesoureira.
Como encaminhamento político-administrativo, foi definido o novo conselho gestor do encontro, no qual o CRP-MG assumiu a suplência pela região Sudeste, atuando em conjunto com o CRP-SP, que ocupa a titularidade.
Sobre a Apaf
A Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) foi criada em 1996, durante o II Congresso Nacional de Psicologia (CNP), para deliberar sobre questões políticas, administrativas e financeiras do Sistema Conselhos de Psicologia e de interesse da categoria.
A Assembleia é composta por até três representantes do CFP e por conselheiras(os) dos 24 Conselhos Regionais (CRPs) do país, que se reúnem, ordinariamente, duas vezes por ano, para deliberações.






