Interseccionalidade foi tema de palestra do CRP-MG em evento do Tribunal Regional do Trabalho

Conselheira vice-presidenta da autarquia alertou para a relação entre raça, classe e gênero no crescimento das violências contra a mulher
Vice-presidenta do CRP-MG aborda a relação entre raça, gênero e classe no feminicídio. Foto: TRT-MG

Vice-presidenta do CRP-MG aborda a relação entre raça, gênero e classe no feminicídio. Foto: TRT-MG

A roda de conversa “Coletivo feminino e feminicídio” promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região, nesta quarta-feira, 17, contou com a palestra da vice-presidenta do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), Liliane Martins. Participaram ainda como expositoras a psicóloga Cláudia Mayorga, pró-reitora de extensão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Gláucia de Fátima Batista, mestre em Ciências da Saúde pela Fiocruz-Minas. A gestora regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, desembargadora Adriana Goulart Sena Orsini, atuou como mediadora e lembrou que o evento foi uma ação do programa.

Liliane Martins conduziu sua apresentação ancorada no conceito de interseccionalidade para falar de violência contra as mulheres: “eu não conseguiria falar do tema de um outro lugar, por ser uma mulher negra, lésbica e periférica. Então vou trazer conceito de gênero, raça e classe”. A vice-presidenta do CRP-MG então lembrou que o Atlas da Violência de 2019, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apontou que nos últimos dez anos o feminicídio de mulheres não-negras subiu 4,5%, enquanto que o de negras aumentou 29,9%. Também ressaltou que em 2013 a população negra ganhou 54,7% do salário de pessoas brancas.

“Não há como falar de violências contra as mulheres sem tocar nesses três pontos que são raça, gênero e classe. A interseccionalidade é a conceituação de um problema que busca capturar as consequências estruturais e dinâmicas de um, dois ou mais eixos de subordinação. Estamos falando que raça, classe e gênero são divisores de acesso, ou não, à educação, à saúde, ao trabalho formal, à segurança pública, à liberdade de ir e vir, ao acesso ao direito à vida”, assinalou a psicóloga, que convocou a plateia a refletir sobre os processos e a pensar saídas.

O evento contou com transmissão ao vivo, pelo canal Oficial do TRT-MG no Youtube, e pode ser assistido na íntegra abaixo:



– CRP PELO INTERIOR –