Aborto, feminismo e audiência no STF foram assuntos debatidos no CRP-MG

Psicologia em Foco desta quarta-feira (8) discutiu “Psicologia e Aborto na América Latina”

Nos últimos dias 3 e 6 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) discutiu, em audiências públicas, a Descriminalização do Aborto no Brasil. O assunto foi tema do Psicologia em Foco desta quarta-feira(8), na sede do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG). Participaram como debatedoras Letícia Gonçalves, psicóloga e doutoranda em Bioética, presidenta da Comissão de Orientação e Ética do CRP-MG; e Cláudia Mayorga, doutora em Psicologia Social com foco em estudo sobre gênero, política e feminismo, e professora do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Clique aqui para assistir o debate.

Ao abrir as apresentações, Letícia Gonçalves disse que o aborto é uma prática que existe desde o início da humanidade, mas se tornou uma questão pública no século 19. “Mapear os aspectos que envolvem a temática do aborto é importante para a Psicologia, inclusive, porque nessa perspectiva se incluem princípios do nosso Código de Ética, que toma a totalidade, a historicidade e a isonomia como categorias fundamentais para o exercício da nossa profissão. Nos ajuda a deslocar o aborto de uma questão isolada e situá-lo em uma questão de saúde pública”, pontuou.

Segundo a psicóloga, o Brasil está diante de um pluralismo moral que organiza a democracia brasileira. “Isso significa que determinadas comunidades morais sejam elas religiosas ou determinados grupos da própria Psicologia, respeitam a diversidade de concepções”, concluiu.

Psicologia laica – Cláudia Mayorga falou em seguida e destacou o caráter patriarcal e racista sobre as concepções contrárias ao aborto. “Nós ainda não conseguimos ter as mulheres negras falando na audiência com suas próprias vozes”.

A professora ainda chamou atenção para a Psicologia laica, que precisa ser pensada no exercício da profissão. “Reconhecer que as pessoas têm suas experiências religiosas não faz com que imediatamente a Psicologia tenha que operar sob princípios religiosos. Isso é problemático”, disse.

 



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