19 jun Adoecimento psíquico das(os) trabalhadoras(es) do SUAS foi tema de evento no CRP-MG
Na quarta-feira, 12/6, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou o Psicologia em Foco “Reflexões sobre o adoecimento psíquico das(os) trabalhadoras(es) do SUAS”. Para compor a mesa, participaram a psicóloga e doutora em Psicologia, Ana dos Santos; e a mestranda no programa em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência da UFMG, Lucinéia de Amorim. A psicóloga e coordenadora de projetos na Cáritas Regional Minas Gerais, Alessandra Belmonte, mediou o debate.
Assista ao registro do evento pelo Facebook.
Ana dos Santos relatou que sua pesquisa de doutorado foi norteada pela pergunta: “como vida e trabalho não se separavam nos relatos dos trabalhadores?”. A doutora chegou à conclusão de que ser alguém e ser trabalhador social não apresentava distinção na narrativa das pessoas entrevistadas. “As pessoas estão muito motivadas a trabalhar o tempo inteiro”, destacou.
Em um outro momento, questionou qual tipo de implicação o trabalho causava na vida das trabalhadoras(es) sociais: adoecimento, excesso de investimento, militância maciça e entusiasmo nos momentos difíceis foram algumas das respostas obtidas. Para ela, apenas quando esse sujeito olhar para si será possível construir outras formas de relacionamento com a política de assistência social.
Lucinéa de Amorim trouxe um recorte da sua pesquisa de mestrado, que se dedica ao sofrimento e adoecimento das trabalhadoras(es) da Subsecretaria de Assistência Social de Belo Horizonte. A dissertação revela que o mundo do trabalho passou por diversas transformações, mas não deixou de ocupar centralidade no desenvolvimento humano, o que significa que o ser humano é o único ser capaz de transformar a natureza e transformar a si mesmo. A afirmativa da mestranda partiu de questões sobre trabalho, subjetividade e saúde. “A subjetividade do trabalhador é aniquilada pelo produtivismo”, explicou.
No que tange aos desafios enfrentados por esses indivíduos no cenário do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ela citou atividades com sobrecarga, solidão, maus tratos, sofrimentos ético-político e o adoecimento mental.