Ameaças às políticas de saúde mental no país são foco de live do Conselho

Evento concluiu comemorações ao Dia Mundial da Saúde Mental.

“Saúde mental: entre tendências e responsabilidades” foi a live promovida, nesta terça-feira, 27, pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), que encerrou o mês que marca o Dia Mundial da Saúde Mental – 10 de outubro. O evento on-line foi aberto pela presidenta do CRP-MG e integrante da mesa diretora do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), Lourdes Machado e teve como convidado o médico sanitarista e professor da UFRJ, Emerson Merhy. A mediação ficou por conta da conselheira e coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia, Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, Cristiane Nogueira.

Na abertura, Lourdes Machado explicou que neste ano o 10 de outubro teve como foco a necessidade de aumento de investimentos em saúde mental em todo o mundo. “Trazendo para nossa realidade, vejo que nós, trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Único de Saúde, temos a missão de fazer com que esses incentivos se tornem mais potentes, pois estamos diante de um verdadeiro desfinanciamento para as ações no segmento”, apontou a presidenta do CRP-MG. Para ela, este momento pandêmico torna o assunto ainda mais urgente considerando que a saúde mental da população vem sendo também abalada pelo luto, pelo medo, pelo distanciamento e concluiu “nossa luta em defesa do SUS se torna primordial”.

Emerson Merhy fez sua apresentação também no sentido de um chamamento para as pessoas que atuam e militam na saúde mental: “estamos sendo convocados para ampliar de uma maneira mais efetiva, na nossa cotidianidade, na nossa experiência social, o enfrentamento aos mecanismos que vem criando dificuldades para as conquistas que já tínhamos. Re-existir é experiência substancial”. 

Segundo o médico, que integra a histórica luta antimanicomial no Brasil, o contexto atual no país é de constrangimento a toda as formas de construção societária que almejam o desenvolvimento de redes protetivas seja para qual for a vida. “Estamos diante de um decreto do governo federal que desloca a saúde primária para o ministério da Economia. Isso é um ataque a um dos principais núcleos do SUS com objetivo de privatizar as unidades territoriais de saúde”, explicou, Merhy, que acentuou o alerta para perdas substanciais no cuidado em liberdade completando “não se trata de uma simples estratégia. Ela é constitutiva. É fundante do próprio campo da luta das estratégias antimanicomiais”. 

Assista ao evento:



– CRP PELO INTERIOR –