Apresentação da pesquisa Atuação de Psicólogos na Atenção Básica à Saúde em MG

A segunda mesa do Seminário Mineiro de Psicologia na Saúde Pública divulgou a pesquisa “Atuação de Psicólogos na Atenção Básica à Saúde em Minas Gerais” por meio das apresentações das psicólogas Sabrina Barroso, doutora em Saúde Pública, professora adjunta da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), pesquisadora do Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde (GPEAS/UFMG); Márcia Ribeiro, mestre em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência, colaboradora da Comissão de Psicólogos da Saúde do CRP-MG; e Leiliana de Sousa, pós-graduada em Intervenção Psicossocial no Contexto das Políticas Públicas pela UMA, referência técnica do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas do CRP-MG. A conselheira do CRP-MG e coordenadora do Crepop, Cláudia Natividade, coordenou o debate.

Sabrina Barroso e Leiliana de Sousa iniciaram a apresentação chamando a atenção para a grande diferença que existe entre o saber o que é feito nas instituições, principalmente nas universidades, e o trabalho que é de fato desenvolvido pelos profissionais que vão ao campo e trabalham no serviço público de saúde.

Segundo Sabrina, para entender como é a relação do psicólogo na atenção básica de saúde em Minas Gerais, o CRP-MG propôs a parceria com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro. “Nós tínhamos alguns estudos prévios a respeito do trabalho do psicólogo dentro dos serviços de saúde. Um deles mostra que quando o SUS foi criado a saúde era completamente física exatamente porque o movimento da saúde mental no Brasil ainda estava se constituindo. Então, nesse momento, nós nem sequer fomos convidados a integrar as equipes de saúde na maior parte do país”, contou Sabrina.

Segundo ela, essa dimensão segue provocando implicações muito concretas na prática atual: o número de profissionais da área da psicologia incluídos nas equipes de saúde pública é muito restrito, ainda não sabemos o que fazem uma vez incluídos, as universidades brasileiras não tem conseguido dar a formação que eles necessitam para trabalhar nessa nova realidade, e o trabalho do psicólogo continua não sendo entendido dentro dessas instituições.

Leiliana ponderou que, mesmo não sendo o modelo ideal, a clínica individual se constitui na principal atividade realizada pelos psicólogos na atenção básica. Outro grande problema apurado, segundo ela, é a questão salarial. Cerca de 70% ganham até R$ 2000 e a região norte é a que tem a pior remuneração. “Ainda assim, por meio da pesquisa encontramos alguns trabalhos e atividades que estão alinhados com a estratégia de saúde da família”, disse a psicóloga, que concluiu informando que a  pesquisa foi realizada nacionalmente em 2008 e seu relatório, publicado em 2012, permanecendo para consulta no site do Crepop.

Márcia Ribeiro ressaltou os resultados da pesquisa e convidou os participantes do Seminário para uma reflexão pois os desafios dos psicólogos na década de 80 permanecem para os que estão atuando na atenção básica de saúde.



– CRP PELO INTERIOR –