Atentados às escolas e as contribuições da Psicologia são abordados em live da série “Janeiro a Janeiro”

Profissionais psicólogas(os) abordaram os múltiplos fatores que desencadeiam os ataques

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) promoveu, em seu canal no youtube, a live “Reflexões da Psicologia sobre os atentados nas escolas”. A transmissão, que ocorreu dia 28/2 trouxe contribuições na perspectiva de que o cuidado com a saúde mental implica no bem estar de toda a comunidade escolar.

A conversa contou com a presença das(os) convidadas(os):

Bernardo Dolabella (CRP-04/35566) – Psicólogo. Doutorando em Saúde Coletiva pela Fiocruz-MG, mestre em Psicologia (UFMG) e especialista em Saúde Mental (PUC-MG). Pesquisador do Núcleo de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em Desastres emergências em Saúde Pública da Fiocruz e do Observatório Mineração, Desastres & Saúde, também da Fiocruz. Conselheiro estadual e coordenador do setor Psicossocial da Cruz Vermelha Brasileira – Filial Minas Gerais e membro da Comissão de Orientação em Psicologia de Emergências e Desastres do CRP-MG.

Daniela Reis e Silva (CRP16/517) – Psicóloga Clínica e Hospitalar. Doutora e Mestre em Psicologia Clínica (PUC/SP). Especialista em Intervenção Sistêmica com Famílias e em Medicina Psicossomática. Terapeuta de Famílias e Casais. Supervisora e Terapeuta Certificada em EMDR. Diretora do Instituto Acalanto. Ponto Focal do CRP-16 no Plano Estadual de Proteção da Defesa Civil Estadual do Espírito Santo e Coordenadora da Comissão de Psicologia de Emergências e Desastres (CRP-16).

A mediação foi de Cristiane Santos de Souza Nogueira (CRP04/19279) – Psicóloga (UEMG). Pós-graduada em Psicanálise e Direito (Newton Paiva), em Assistência a Usuários de Álcool e outras Drogas (FHEMIG) e Formação Integrada Multiprofissional em Educação Permanente em Saúde (UFRGS). Mestre em Psicologia (PUC Minas). Conselheira e coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia de Emergências e Desastres do CRP-MG e integrante da Comissão de Orientação em Psicologia, Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas.

Daniela Reis e Silva iniciou a fala trazendo suas contribuições como profissional atuante em emergências e desastres no Espírito Santo. A psicóloga colocou em pauta que os jovens estão passando por um processo de adoecimento que atinge diversos sujeitos:
“Falando principalmente da minha experiência com o cuidado quando alguma coisa tão grave acontece. Abordar isso é falar de prevenção e de promoção de saúde mental para as próximas gerações. Efeitos traumáticos podem acontecer por muitos anos atravessando todo círculo da vida familiar”, disse.

Ela destacou que a(o) profissional da Psicologia não é preparada(o) para trabalhar com as situações de violência no ambiente escolar e que a problemática tem aparecido com cada vez mais frequência nas escolas. Apontou que é preciso ampliar o olhar dessa atuação para observar não somente as(os) afetadas(os) fisicamente, mas também as que experienciam vulnerabilidades psicoemocionais.

A profissional comentou normativas do Conselho Federal de Psicologia que tratam sobre o atendimento da psicologia em emergências e desastres, bem como as diretrizes éticas da profissão e de trabalho em campo .

Atuação coletiva – Bernardo Dolabella complementou o diálogo frisando a importância do trabalho em rede como um ponto de partida. Ele comentou que a partir da articulação com outras estruturas e organizações que estão atuando em uma lógica de emergências e desastres, o trabalho ganha força.

O psicólogo disse que as pessoas em situações de grande sofrimento têm uma dificuldade maior de acessar a rede de cuidado e proteção.

Bernardo apontou como uma das formas de prevenção aos ataques a inserção das(os) profissionais psicólogas(os) no atendimento escolar, respaldadas(os) pela orientação técnica que assegura o exercício. Ele reforçou a pertinência da categoria presente na linha de frente que lida com todos os sentimentos conflitantes que o adolescente tem. “Não tem uma causa única que explique o atentado. É preciso atuar nessas diversas causas e frentes de trabalho”, completa.

Ao final da fase de exposições, a mediadora Cristiane Nogueira destacou as múltiplas especificidades do problema: “a questão das violências nas escolas implica tópicos que perpassam as comissões dos conselhos sobre emergências e desastres, saúde mental, psicologia escolar e juventudes”.

O bate-papo contou com a interação da audiência que participou enviando perguntas via chat sobre as especificações da atuação nestas situações.

Confira:

 



– CRP PELO INTERIOR –