Atuação das(os) psicólogas(os) no suporte a vítimas de crimes socioambientais pauta live do CRP-MG

Profissionais destacaram as consequências dos rompimentos de barragens nos últimos anos em Minas para as populações locais

A série “Saúde Mental de Janeiro a Janeiro” fez sua estreia em 2024 na noite da última terça-feira, 30 de janeiro. O primeiro episódio do ano trouxe o tema “O que a Psicologia tem aprendido com crimes socioambientais e seus danos psicossociais?”. A live foi realizada no mês em que o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, completou 5 anos. O desastre ocorreu em 25 de janeiro de 2019 e deixou 270 pessoas mortas, incluindo duas mulheres grávidas. Três pessoas seguem desaparecidas.

Para a psicóloga e professora Cecília Ribeiro, que atuou como assessora técnica das comunidades de Mariana atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão, as tragédias de Brumadinho e de Mariana mostraram que o desastre não se encerrou no dia 25 de janeiro de 2019, ou no dia 5 de novembro de 2015. “Ele se renova, como dizem as atingidas da Bacia do Rio Doce, enquanto as consequências e os danos continuam presentes, de forma intensa na vida das pessoas, sem que haja uma reparação justa”, alertou a professora.

A profissional também destacou os altos índices de adoecimento mental de quem vive nessas regiões. “Há um estudo em curso, em Brumadinho, realizado pela Fiocruz, segundo o qual 22,5% da população adulta da cidade recebeu diagnóstico de depressão. Isso representa o dobro da média brasileira”.

O Coordenador Clínico da Equipe de Saúde Mental de Brumadinho e integrante do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) do município, Rodrigo Nogueira, mencionou a importância de as pessoas culpadas serem responsabilizadas e as vítimas terem seus direitos assegurados. “Aprendemos que não há saúde mental possível em um contexto de violações continuadas e que o luto não flui na injustiça e no desrespeito. Sua elaboração e transformação em lembranças saudáveis passa, necessariamente, pelo reconhecimento do ultraje, pela responsabilização e pela punição dos culpados”, afirmou o psicólogo.

O encontro foi mediado pela conselheira e coordenadora da “Comissão de Orientação em Psicologia de Emergências e Desastres” do CRP-MG, Cristiane Nogueira. A psicóloga lembrou o posicionamento do Conselho perante crimes socioambientais, como a tragédia de Brumadinho em 2019. “O CRP-MG, desde então, intensificou as orientações à categoria em relação à atuação profissional em contextos de emergências e desastres. Temos uma comissão temática que se reúne mensalmente e tem realizado muitas ações em municípios de Minas Gerais e em parceria com outros estados”, afirmou a conselheira.

Construção

Você pode acompanhar o trabalho da Comissão de Orientação temática em Psicologia de Emergências e Desastres. A participação é gratuita e aberta a todas(os) as(os) psicólogas(os).

Para acessar o calendário de reuniões, verifique a agenda de eventos no site do CRP-MG. Você também pode entrar em contato pelo telefone (31) 2138-6754 ou pelo e-mail comissoes@crp04.org.br.

A live completa está disponível no canal do CRP-MG no YouTube. Assista:



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