Autoridades representando entidades mineiras da Psicologia e do CFP participam da posse do XVII Plenário

Mesa de abertura assinalou a característica de gestão horizontal e compartilhada do CRP-MG

Representantes do CFP e das entidades mineiras da Psicologia compuseram mesa de abertura com integrantes do XVI e XVII Plenários do CRP-MG. Foto: Arnaldo Athayde

A solenidade de posse do XVII Plenário do CRP-MG foi aberta por uma mesa de representantes da Psicologia mineira e brasileira. É marca do XVI Plenário, conduzir a autarquia contando com a parceria das demais entidades da Psicologia, em Minas Gerais, que se confirma, agora na próxima gestão. Pela primeira vez após o processo eleitoral do Sistema Conselhos, que culminou no dia 27 de agosto, pelo voto direto da categoria, o indicado pela consulta nacional à presidência, Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, se fez presente em uma cerimônia já como conselheiro federal. A presidenta atual do CFP, Ana Sandra Fernandes, que não pode comparecer presencialmente, cumprimentou a nova gestão do CRP-MG, por meio de vídeo. Confira a seguir os principais trechos.

Ana Sandra, conselheira presidenta do CFP
“Desejo muita perseverança para a nova gestão. Que ela seja marcada pelo diálogo, pela construção coletiva, pela busca de propostas propositivas aos desafios que se impõe no cotidiano da nossa categoria. Muitos são os desafios que nos aguardam nos próximos anos e isso, com certeza, vai exigir um esforço e um compromisso muito grande de cada um de nós. Mas não existe outro caminho se quisermos, de fato, que a Psicologia esteja cada vez mais presente onde for necessária, e cada vez mais próxima da realidade das pessoas em todos os cantos desse nosso país, que é tão imenso quanto plural.”

Jéssica de Souza Izabel, vice-presidenta do XVI Plenário
“Agradeço por essa composição de mesa tão diversa. Estou muito feliz de estar aqui entra companheiras e companheiros de trabalho, que trazem uma Psicologia crítica, comprometida. Que essa seja uma cerimônia muito harmoniosa e que consigamos aqui fortalecer nossos laços.”

Adelina Malvina Barbosa Nunes, integrante da coordenação colegiada do Núcleo de Minas Gerais da Articulação de Psicólogas e Psicólogos Negros e Pesquisadores (Anpsinep)
“É um prazer representar nessa mesa solene da posse dessa chapa liderada por mulheres negras. Temos uma trajetória comprometida com uma Psicologia plural e crítica em relação ao racismo. Enquanto movimento negro que nós somos, o nosso propósito é articular ações de enfrentamento ao racismo a partir da incidência política da categoria. O racismo elimina o sonho de uma Psicologia de uma sociedade democrática. A nossa presença aqui em para saudar a nova gestão e reafirmar o nosso desejo de seguir lado a lado com vocês.”

Cérise Alvarenga, integrante da representação colegiada estadual da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional Minas (Abrapee)
“Queremos reafimar nosso compromisso de estar juntos na luta por garantia de direitos, pela singularidade e pela diversidade nos mais variados contextos, com destaque para o contexto escolar. Queremos estar lado a lado na importante implementação que temos pela frente da Lei. 13.935, que prevê nas redes públicas de educação básica os serviços de Psicologia e Serviço Social para atender diferentes demandas e desafios das políticas públicas de educação. Nos comprometemos com a difusão de uma atuação da Psicologia escolar e educacional ao lado do CRP na transformação, entendendo que todos somos agentes de transformação dos espaços escolares e de uma sociedade derivada destes espaços também. Agradeço a parceria na construção de uma identidade da Psicologia em geral, da Psicologia escolar e educacional alicerçada no compromisso com a promoção dos direitos e no enfrentamento às desigualdades e das injustiças sociais.

Andréia Barbosa de Faria, vice-presidente do Núcleo Minas da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep)
“Satisfação de estar neste marco democrático de posse pública do XVII Plenário. Desejar boa sorte muito sucesso para a nova gestão e agradecer aos membros da gestão anterior pelo trabalho realizado. A luta é de todos nós e continua. A Abep tem hoje um grande desafio diante das exigências impostas pelo mercado e quer é garantir um ensino de qualidade. Por isso reafirmamos que a formação em Psicologia enquanto ciência e profissão se faz com presença. Exige vivência acadêmica na sala de aula e fora dela, nas comunidades, nos espaços de atuação profissional implicando reflexão, confronto de ideias e o desenvolvimento de uma postura ética e de respeito à diversidade. A Abep ratifica a importância de uma formação que seja voltada para a reflexão e o reconhecimento de que a concepção de humano e do fenômeno psicológico é um sujeito constituído das relações sociais e nas atividades de transformação das condições materiais e de um sujeito que ao transformar o mundo transforma a si mesmo, constituindo consciência e produzindo significações.”

Isabela Caiafa, diretora do Sindicato das Psicólogas e Psicólogos de Minas Gerais (Psind-MG)
“Se estamos aqui hoje é por conta de muita resistência. Desde a reforma trabalhista, os sindicatos vêm sendo atacados. Então é necessário que a gente agradeça à gestão passada do CRP que foi uma gestão muito companheira. Que no próximo mandato a gente possa fortalecer ainda mais essa parceria.”

Christiane Leolina Lara Silva, diretora da Sociedade de Avaliação Psicológica de Minas Gerais (Sapsi)
“A Sapsi é uma associação que tem como objetivo promover o desenvolvimento da avaliação e mensuração psicológica. Dentro dos objetivos especificos incentivar e realizar pesquisas na área de avaliação psicológica e manter um intercâmbio científico nacional e internacional . Sendo assim, somos parceiras do CRP-MG, na Comissão de Avaliação Psicológica, o que reafirma a importância da avaliação psicológica e contribui para uma prática voltada para o compromisso e a responsabilidade social. A avaliação psicológica exige conhecimentos e competências particulares, além de investimento contínuo em capacitação e atualização profissional. É reconhecida como especialidade da Psicologia.”

Letícia Cardoso Barreto, vice-presidente da Regional Minas Gerais da Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso)
“Ressalto a importância de ter uma gestão de tantas pessoas diversas. Isso é fundamental para a Psicologia e para barrar esses retrocessos que temos vistos nos últimos anos. Digo também do meu lugar como professora que temos lidado com muitos retrocessos na sala de aula, nos últimos anos, de muita dificuldade de trazer posicionamentos, questionamentos, principalmente nós, da Psicologia Social, que estamos sempre falando sobre isso. Então dizer como que é fundamental o que conselho vem fazendo nos últimos anos na direção de construir uma Psicologia que seja comprometida socialmente, que lute contra as desigualdades, contra as formas de preconceitos. Isso é tão fundamental pelos enfrentamentos que estamos tendo. Nós recorremos a estes materiais, a essas falas, a esses momentos e isso dá muita força.”

Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, indicado pela consulta nacional à presidência do Conselho Federal de Psicologia (CFP)
“É um grande desafio conduzir o Conselho Federal de Psicologia, a maior instituição de psicólogas e psicólogos do mundo. E posso dizer que é melhor quando é um desafio partilhado, portanto esse dia de hoje partilho com vocês esse lugar que em breve ocuparei. Mas não posso deixar de lembrar também a importância de estarmos juntos hoje. O dia de hoje é em si um dia importante, porque nem toda posse é uma posse alegre e festiva. Somente aquelas que vêm de um processo democrático. As posses que não são efeito do voto são posses protocolares e a nossa posse não é protocolar. Esse é um primeiro motivo para eu estar aqui hoje. O segundo motivo é que estamos em Minas Gerais, o estado que possui quase 50 mil psicólogas e psicólogos, portanto aqui nós temos mais de 10% da categoria de todo o país. O terceiro motivo para eu estar aqui hoje são as políticas realizadas. Só faz sentido efetivamente sermos conselheiras e conselheiros porque acreditamos que o que nos une são as políticas realizadas. Elas são para além de políticas individuais. Elas precisam ser também a marca das políticas institucionais. Portanto, que sejam as políticas que nos unem Conselho Regional de Minas Gerais e Conselho Federal de Psicologia. Também não posso deixar de lembrar que este é um ano importante para a Psicologia brasileira: é o ano que completamos 60 anos de profissão regulamentada. A comemoração não é pela lei que regulamentou aquela Psicologia de 60 anos atrás. Porque há 60 anos ela regulamentava uma profissão elitista, privatista. A comemoração de 60 anos é sobre o que nós fizemos com a Psicologia brasileira ao longo de 60 anos. Aquela profissão que só fazia sentido nos grandes centros urbanos, hoje está presente em cada município brasileiro, graças ao Sistema Único de Assistência Social, de uma forma muito expressiva. Portanto as políticas públicas que são a marca dessa transformação ao longo de 60 anos nos permitiram efetivar o sonho do compromisso social da Psicologia brasileira. Por isso, sim, temos muito que comemorar. Comemoremos o que nós fizemos com a profissão no Brasil. Por fim, estou em Minas Gerais e não poderia deixar de lembrar Carlos Drummond de Andrade, que escreveu que no meio do caminho havia uma pedra. Gostaria de responder a ele que uma dessas pedras, neste domingo nós retiramos.”

Suellen Ananda Fraga, conselheira presidenta eleita para o XVII Plenário
“E que pedra, não é mesmo, Pedro Paulo? As Minas Gerais, o estado das rochas. A gente tirar essa pedra neste domingo, acompanhando a atualização o tempo todo da apuração com Minas Gerais tão significativa no processo eleitoral. Mas, então, como não dizer dos 60 anos da Psicologia, hoje, neste momento da Psicologia mineira, da Psicologia brasileira? Mas digo dos 60 anos como um marco do tempo, porque quando falamos de um tempo significativo para a história pessoal, para a história coletiva, no nosso caso para a história da Psicologia, eu não consigo não falar de ancestralidade porque a história nos remete ao tempo, inclusive ao que vem antes de nós. Então, para começar quero agradecer a todas as pessoas que me antecederam, que me trouxeram até aqui: as minhas familiares que eu não conheci, as que não eram minhas familiares, mas que compunham a existência comigo, essa construção orgânica, desse grande corpo que é ser pessoa no mundo. Agradeço às familiares aqui presentes. Agradeço às estudantes de Psicologia aqui presentes, que me remetem à história de um lugar pessoal. Agradeço à categoria de psicólogas e psicólogos, às amigas, amigos, amigues. Agradeço às trabalhadoras do CRP-MG, ao XVI Plenário tão recente, que compôs comigo muito também do que eu aprendi nestes anos anteriores tão difíceis, mas que me fortaleceram muito para estar aqui, me incentivaram muito como Lú Machado, especialmente. Falo do XVI reverenciando Lú Machado, que foi nossa presidenta, amiga pessoal e ao XVI Plenário, que me ajudaram a construir uma ideia ainda mais presente na prática da política e no fazer dentro do Conselho Regional de Psicologia. Ao XVII Plenário, às nossas colegas conselheiras e conselheiros, digo que nossa história não começa hoje, na posse pública, mas desde a confiança de todas e todos vocês na minha pessoa para encabeçar a Frente Mineira de Psicologia pela Democracia, que também tem história. Reverencio meu grupo político Cuidar da Profissão, que trabalhou também muito dentro da Psicologia mineira e da brasileira para pensar essa composição de uma frente entendendo a necessidade de priorizar a democracia para os macro e microespaços políticos. Quero agradecer às minhas colegas de mesa, as entidades da Psicologia, as entidades parceiras e dizer que nessa organização que vamos compondo dos micro para o macro, nestes organismos que compõem um grande organismo, as entidades nos propiciam um fazer que chamamos de gestão coletiva, que vi acontecer no XVI Plenário e que pautará também no XVII, acrescentando ainda mais entidades nas quais acreditamos ser importantes para a Psicologia, enquanto formação e orientação para a categoria, mas também para um projeto político para a sociedade. A sociedade que recebe os nossos trabalhos, a sociedade que recebe os nossos trabalhos a partir das referências técnicas de psicólogas e psicólogos, que atravessam e chegam até as usuárias e usuários dos nossos serviços. Quero reverenciar aqui Virgínia Bicudo, nossa grande teórica negra, que foi a primeira vice-presidenta negra na primeira gestão do Conselho Federal de Psicologia. Reverenciar sua existência e trajetória, suas mãos nos trouxeram até aqui. É muito bom não ser a primeira mulher negra a presidir o CRP-MG e estar aqui, hoje na gestão do XVII Plenário tão diverso, tão bonito. Quero também reverenciar nossa teórica presente nesta noite, que muito nos inspira: Paula Gonzaga, professora, pesquisadora. Parafraseando a sua tese a gente é muito maior, a gente é um corpo coletivo. Trazendo isso para a Psicologia mineira, tento deixar registrado que quanto mais trazemos nossa presença, os nossos afetos, a nossa diversidade, a nossa forma de fazer política, cada um na sua maneira, damos conta de chegar a mais pessoas. Que seja um trabalho de muita luta e de muito acerto.”



– CRP PELO INTERIOR –