Avaliação Psicológica em concursos é tema de nova rodada de debates no Conselho

Na última sexta-feira (10/6), aconteceu a roda de conversa “Avaliação psicológica em concursos públicos: contribuições para a atuação da(o) psicóloga(o)”, na sede do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG). A atividade promovida pelo Conselho, por meio da Comissão de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CPTO), deu continuidade ao debate do dia 20 de maio, que discutiu a avaliação psicológica em concursos públicos e processos seletivos da mesma natureza.

Elizabeth Lacerda Barbosa, conselheira do CRP-MG e coordenadora da CPTO, mediou a mesa e destacou que a avaliação psicológica compete exclusivamente aos profissionais da Psicologia e deve seguir algumas etapas. “É um processo que precisa considerar todo um contexto. Tem início, que é a demanda; o objetivo, para entender o que precisa ser avaliado; o meio, que se baseia na escolha dos instrumentos, na organização do processo; e o final que é o resultado da avaliação”, explicou.

A conselheira ressaltou que esse documento é apresentado à chefia e o profissional da Psicologia atua muito mais como um analista do que aquele responsável pela decisão, devendo servir como subsídio para a escolha.

A convidada para o debate foi a mestre em Psicologia na área de avaliação psicológica, Ana Cristina Ávila Batista. Ela também é coautora do Teste EsAvI – Escala de Avaliação da Impulsividade Formas A e B, e da Escaut – Escala de Avaliação de Atitudes frente ao Autoritarismo (em processo de finalização).

Ana Cristina relatou que apesar da avaliação psicológica receber menos atenção dos estudantes durante a formação, é uma das áreas mais específicas da Psicologia e a que possui mais vagas de trabalho.

A psicóloga explicou que a partir do Decreto 7.308 de 22 de setembro de 2009 a avaliação psicológica em concursos públicos deve constar no edital. Ela deverá ser realizada após provas escritas, orais e de aptidão física. “No edital as provas devem estar detalhadas. Quanto à avaliação, se tem a dúvida de publicar ou não o perfil psicológico. Isso é uma questão séria porque há um risco do candidato conhecer aquelas características e tentar, durante a avaliação, parecer que as tenha”, pontuou. Ela completou dizendo que para realizar a avaliação psicológica do concurso é necessário que se tenha um profundo conhecimento de quais características o cargo impõe.

Segundo Ana Cristina, o profissional da Psicologia está convocado a participar da elaboração do edital além de atuar em outras etapas. “A(o) psicóloga(o) entra em contato também com a área jurídica durante esse processo e pode ser contratado como autônomo, funcionário de uma consultoria ou de uma clínica que presta serviços ao órgão, entre outros”, afirmou.

Ana Cristina também falou sobre o fluxograma da avaliação. “Primeiro deve-se analisar o que será avaliado no candidato. O próximo passo é pensar com a banca que vai elaborar o edital, depois as técnicas da avaliação, os critérios de recomendação ou não recomendação. Em seguida, o resultado inicialmente provisório. Provisório porque pode ocorrer recursos no caso de um candidato que é inapto”, completou.

Ana Cristina também falou sobre a importância de se aprimorar as avaliações psicológicas existentes. “Isso está dentro da formação da profissão. Para que haja uma melhora é importante estudar, ler o manual e entender a importância do processo”, explicou.

Antes de terminar sua exposição, a psicóloga citou Carl Jung como forma de sensibilizar o público que assistiu à mesa: “conheça todas as teorias, conheça todas as técnicas. Mas, ao tocar uma alma humana, seja outra alma humana”. “Nossa postura como ser humano é que está em jogo”, completou.



– CRP PELO INTERIOR –