Cartilha “Olhares e Fazeres das Mulheres das Gerais” é lançada na sede do CRP-MG

Na terça-feira, 16/8, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) promoveu o lançamento da publicação: “Olhares e Fazeres das Mulheres das Gerais”. O evento contou com a participação das autoras dos artigos publicados na cartilha, que foi organizada pela Comissão Mulheres e Questões de Gênero. Para acessar o conteúdo da publicação na íntegra, clique aqui.

A conselheira e coordenadora da Comissão, Marisa Sanabria, mediou o debate que com as convidadas: Carina Passos, psicóloga, especialista em Trabalho Social com Famílias e coordenadora do Grupo de Trabalho Mulheres e Questões de Gênero da subsede Triângulo, e Daniela Tiffany, mestra em Psicologia Social (UFMG) e especialista em Segurança Pública e Justiça Criminal. Clique aqui para ver as fotos.

Marisa Sanabria iniciou o debate lembrando as comemorações do Mês da(o) Psicóloga(o), que esse ano tem como tema central os dez anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) . De acordo com Marisa, o Crepop tem uma trajetória de triunfos, avanços e aproxima o trabalho da categoria com as questões sociais. Marisa, que também é autora do artigo “Saúde mental e mulher no mundo contemporâneo”, falou sobre envelhecimento e mercado de trabalho. De acordo com ela, cerca de 3% das(os) psicólogas(os) têm mais de 60 anos. Esse número, de acordo com a conselheira, é resultado da exclusão de uma parte da população. “Nós excluímos as pessoas e achamos que elas não têm mais o que dizer e as medicalizamos”, ressaltou Marisa.

Enfrentamento à violência – A psicóloga Carina Passos, autora do artigo “Suportar o insuportável: reflexões sobre Psicologia e enfrentamento à violência contra a mulher”, falou sobre sua vivência na área e o que a levou a seguir esse caminho. Carina contou que estágios e projetos de extensão foram os estímulos para que persistisse nas pesquisas e na prática da Psicologia como forma de confrontar a opressão. “Nós, da Psicologia, tentamos fazer com que seja possível viver sem a violência contra as mulheres”, declarou.

Carina ainda pontuou que muitas(os) psicólogas(os) não pensam nas questões de opressão de gênero após a graduação e disse que a categoria precisa ir para além da formação. “Essa aproximação com o Conselho é uma oportunidade para discutir o que tem sido feito e o que precisa melhorar. Estamos caminhando para uma formação que as pessoas estão mais preocupadas com o fazer no dia a dia”, avaliou a psicóloga.

Criminalização – Daniela Tiffany apresentou alguns aspectos que discute no artigo “Afinal, quem são elas e por que são elas as presas?”. A autora falou sobre o perfil das mulheres presas e disse que elas constituem um grupo homogêneo. De acordo com Daniela, geralmente são jovens, negras, com Ensino Fundamental incompleto e baixo status socioeconômico. A psicóloga também relatou que vem aumentando o número de mulheres no sistema prisional.

Daniela realizou uma pesquisa com mulheres presas e relata que elas apresentaram uma série de questões, que mudaram o interesse e as perguntas que tinha proposto inicialmente. “É importante porque nessa interlocução com as mulheres presas, eu tenho certeza de que elas promoveram muito mais transformações em mim do que eu pude contribuir com elas”, relata. “Nosso trabalho não é disciplinar, nosso desafio é pensar o que ela vai fazer com os anos de liberdade que lhe restam”, complementou.

Autógrafos – Ao final do debate, foi realizada uma sessão de autógrafos com as autoras. Marisa Sanabria agradeceu a presença de todos e ressaltou que   o CRP-MG é a casa das(os) psicólogas(os) e das(os) estudantes de Psicologia. “Não é um espaço eventual. Tem que ser para vocês um espaço cotidiano. Por favor, se apropriem desse espaço”, frisou.



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