19 jun Como a Psicologia pode contribuir com pessoas que estão em privação de liberdade?
Tema foi abordado em Jornada promovida pelo CRP-MG
Os dias 13 e 14 de junho de 2019 foram marcados por profundas reflexões sobre uma das áreas que mais desafia a Psicologia: o cárcere. Organizado sob a forma da “I Jornada de Atuação da Psicologia no Contexto do Encarceramento”, o encontro aconteceu em Belo Horizonte e foi organizado pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG).
A Jornada reuniu mais de 200 participantes, a maioria psicólogas(os), e também contou com a presença de assistentes sociais, profissionais de outras áreas e estudantes. A diversidade de municípios representados merece destaque: Barbacena, Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ipatinga, Itabira, Itaúna, Matozinhos, Montes Claros, Pará de Minas, Patos de Minas, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Téofilo Otoni e Uberaba marcaram presença no encontro.
As conferências e mesas abordaram temas que atravessam o cotidiano de psicólogas(os) que trabalham nos sistemas prisional e socioeducativo, como humanização do atendimento, toxicomania, avaliação psicológica, cuidado com a saúde dos trabalhadores e perspectivas para uma atuação crítica.
A conferência de abertura da Jornada foi proferida pela conselheira e coordenadora da Comissão de Psicologia e Sistemas Prisional e Socioeducativo do CRP-MG, Vilene Magalhães. A conselheira destaca que a realização do encontro resultou de debates realizados no âmbito da Comissão, que tem promovido encontros regulares na sede do Conselho desde 2016: “a Comissão tem se encontrado para discutir as questões e atravessamentos que o psicólogo enfrenta na sua rotina de trabalho e a jornada reflete várias discussões que foram travadas neste espaço”.
Para a conselheira Vilene, que há 21 anos atua como psicóloga no sistema prisional, um dos maiores desafios é não compactuar com a institucionalização e a docilização dos corpos. “É o próprio sujeito aprisionado que nos compele a lutar com uma sociedade mais justa, por uma Psicologia mais ética, comprometida com seu saber e profissão”, reforça.
Na avaliação da conselheira, um dos importantes resultados alcançados com a atuação da Comissão e a realização da Jornada é a integração entre profissionais. “Começamos a criar uma identidade profissional, do nosso lugar de trabalho. Também nos fortalecemos enquanto rede de apoio na própria Psicologia e, sobretudo dentro do CRP-MG, compreendendo que isso só é possível a partir do momento que os psicólogos começam a participar ativamente do nosso fazer no Conselho”, avalia Vilene.
Psicologia e APACs – Durante a Jornada, foi lançada a publicação “A Psicologia e o trabalho na Apac”, produzida pelo Centro de Referência em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) de Minas Gerais. O estudo teve início em 2013 e mapeou experiências de psicólogas(os) na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), entidade do terceiro setor que auxilia o Poder Judiciário na execução penal e o Poder Executivo na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade.
Acesse a íntegra da publicação.
Encontros da Comissão – As reuniões da Comissão de Psicologia e Sistemas Prisional e Socioeducativo acontecem nas primeiras quintas-feiras do mês, na sede do CRP-MG e são abertas à participação de interessadas(os). As datas e horários das reuniões podem ser consultados no calendário disponível o site do Conselho: www.crpmg.org.br. Mais informações podem ser obtidas junto ao setor de Apoio às Comissões: comissoes@crp04.org.br e (31) 2138-6754.