Conselho aborda a importância de celebrar o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

Live da série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro trouxe a perspectiva do cuidado e atenção à essas mulheres

“Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas: pluralidade e cuidado em saúde mental” foi a live realizada pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), na última terça-feira, 25, para marcar a relevância de falar sobre o assunto para além das lutas e resistências. O evento fez parte da série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e relembrou  a publicação desenvolvida pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), Relações raciais: referências técnicas para a prática da(o) psicóloga(o).

Ceres Soares Bifano, responsável pela mediação da live, abriu a atividade relatando que o tema tem merecido bastante destaque na Comissão de Orientação em Psicologia e Relações Étnico-Raciais do CRP-MG. “Pensamos em dialogar sobre o que é ser uma mulher negra latino-americana e caribenha neste momento, quando falamos tanto de luta e resistências, para trazer um outro viés: o cuidado, o carinho, que são coisas que precisamos”, enfatizou a psicóloga antes de chamar as convidadas para se apresentarem.

Na sequência, Hilcéia Stefane Rosa Moreira fez sua fala introdutória abrindo a fase de exposições. A psicóloga também apontou outra temática que tem sido conversada na comissão do CRP-MG: a positivação da identidade enquanto mulheres negras. Ela explicou que se trata de se olhar e ser mulher negra a partir das próprias referências e não somente pela perspectiva do que sofre em termos de racismo. “Essa é uma questão que me incomoda, pois existem várias outras coisas positivas na nossa história, que nos permitem estar aqui, no dia de hoje”, pontuou anunciando que sua proposta para a noite seria a reflexão que denomina de “constantes começos”.

Judette Jean Baptiste Monacé se apresentou em seguida contando a história do 25 de julho, que nasceu a partir de uma pesquisa e que a data foi instituída em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992, durante o primeiro encontro de mulheres negras latino-americanas e caribenhas. “A marcação tem como objetivo reconhecer as mulheres afrodescentes e promover políticas públicas que contribuam para melhoria de sua qualidade de vida. Mas estamos falando de pluralidade e como é amplo o significado dessa palavra. Reconhecer a pluralidade dessas mulheres é oferecer um cuidado em saúde mental que leve em consideração suas experiências únicas”, assinalou a psicóloga haitiana.

O encerramento do primeiro bloco contou com a exposição de Renally Xavier, que propôs ao público da live refletir sobre o que chamou de jogo de representações: no que consiste em ser uma mulher negra que porta uma diversidade e que tem uma história para além da escravidão. “Penso que abordar o 25 de julho é uma subversão porque o racismo nos silencia”, destacou a psicóloga, que ainda completou: “é um dia para refletir sobre as opressões a que somos submetidas e que são reproduzidas inclusive inconscientemente nessa lógica de repetição. É momento para pensar nos pontos de convergência entre nós mulheres latino-americanas e caribenhas”.

Assista a live na íntegra:



– CRP PELO INTERIOR –