CRP-MG assina nota de apoio à Parada Gaúcha do Orgulho Louco

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), juntamente com os CRPs abaixo assinados, vem a público expressar apoio aos organizadores da “Parada Gaúcha do Orgulho Louco”, entre eles o CRP-RS, realizada no estado do Rio Grande do Sul.

Tomamos ciência, em matéria vinculada pelo jornal Zero Hora, de uma nota de repúdio à Parada assinada por entidades médicas e da psiquiatria. A manifestação nos soa despropositada e um tanto ultrapassada. Se, por um lado, é legítimo manifestar-se, por outro, seus motivos e justificativas são alarmantes.

A ideia de que qualquer pessoa com transtornos mentais não seja capaz de falar sobre si e por si atinge diretamente uma sociedade que busca pela plenitude de direitos. É uma ideia envelhecida.

O fato contemporâneo é o tom de ameaça de ir à justiça. Ora, a judicialização da vida é uma questão tão grave quanto a patologização e a medicalização. O poder judiciário é apenas uma parte das forças e interesses q compõe a sociedade.

As questões que envolvem a loucura e a atenção à saúde mental (seja de pessoas que tem ou não transtorno mental) podem e devem ser debatidas em eventos científicos, mas também em fóruns populares, em espaços públicos e democráticos.

A protestação contida no repúdio desqualifica a medicina e a psiquiatria. A medicina, disciplina milenar, tem muito mais qualidade e conteúdo a contribuir neste debate e não esperamos outra postura as entidades médicas. A democracia brasileira precisa de diálogo, que se caracteriza pela transformação de todos que dele participam.

O Brasil também precisa aproveitar-se de forma desavergonhada as mais variadas formas de liberdade de expressão. A Parada, bastante conhecida pela comunidade LGBTT, mostra-se um dispositivo potente para afirmar identidades e direitos.

Que possamos criar outras mais!

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