CRP-MG compartilha conhecimentos sobre cuidados paliativos em evento nacional

Pioneirismo do Conselho que já tem em funcionamento um GT sobre o tema começa a inspirar outros CRPs pelo país e foi celebrado no evento

O X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos realizado nos últimos dias 13 a 16 de novembro, em Fortaleza, contou com a experiência do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), nos diálogos científicos e práticos. A conselheira referência do GT Cuidados Paliativos, Júnia Lara e a psicóloga integrante do mesmo grupo de trabalho, Gláucia Tavares, contribuíram com mesas redondas compartilhando conhecimento e o trabalho de pesquisa que vem sendo desenvolvido.

“Nosso GT está trabalhando no mapeamento da atuação profissional de psicólogas(os) paliativistas em Minas Gerais com vistas ao fortalecimento deste segmento no estado”, explicou Júnia Lara, que também preside a Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP-MG. A conselheira relatou que a experiência do Conselho na temática foi bastante elogiada durante o Congresso pelo pioneirismo ao consolidar os debates e estudos: “ficou explícito que estamos inspirando outros CRPs pelo país a instituir grupos como o nosso”.

A psicóloga Gláucia Tavares, que além de integrar o GT do Conselho, coordena o curso Cuidados Paliativos pela Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, apresentou o tema “Depressão e cuidados paliativos: sabemos diagnosticar?”, coordenou as mesas redondas do Congresso “Desafios e Oportunidades em Cuidados Paliativos Oncológicos: Do Diagnóstico ao Fim de Vida” e “Desafios Éticos em Cuidados Paliativos”, e ainda integrou a mesa de encerramento.

Na principal atividade que compartilhou seu conhecimento, a psicóloga mineira abordou como os transtornos psíquicos no contexto de doenças ameaçadoras à vida inspiram a distinguir depressão da pessoa deprimida. “A depressão no contexto dos cuidados paliativos vai além do modelo biomédico e inclui os aspectos biopsicossociais. Falar de depressão em contexto de cuidados paliativos não se refere apenas à pessoa portadora de doença ameaçadora da vida, inclui a equipe assistente e pessoas ligadas afetivamente a ela, não só por laços consanguíneos. A esse conjunto denominamos de Sistema Terapêutico, que se organiza em torno desse desafio de humanizar o cuidado diante do diagnóstico de doença ameaçadora da vida. A complexidade do cenário exige equipe interprofissional integrando o atendimento biomédico, suporte psicológico, social, relacional e espiritual”, explicou a integrante a representante do CRP-MG.

Para Gláucia Tavares o Congresso oportunizou a integração entre profissionais de todo o país e o exercício de compreensão da temática. Este foi também o principal objetivo do evento que foi organizado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), entidade representativa dos Cuidados Paliativos no país. Além disso, o Congresso celebrou um marco histórico: a criação da Política Nacional de Cuidados Paliativos (Portaria GM/MS nº 3.681, de 7 de maio de 2024), que inova ao contemplar importantes ações, dentre elas, a criação de equipes matriciais e assistenciais em todo o território nacional, a capacitação de profissionais de saúde em cuidados paliativos, principalmente na atenção primária, e a melhoria do acesso a medicamentos por quem necessita de cuidados paliativos.



– CRP PELO INTERIOR –