CRP-MG faz exposição sobre saúde mental das mulheres em evento da Assembleia Legislativa

Encontro com a Procuradoria da Mulher da ALMG explorou a temática da misoginia

“Saúde mental das mulheres em tempos de misoginia global” foi o tema exposto pela conselheira presidenta do Conselho Regional de Psicologia Minas Gerais (CRP-MG), Suellen Fraga, no 2º Encontro com a Procuradoria da Mulher de 2024. O evento, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no último dia 2, buscou disseminar informações sobre políticas públicas, ações e programas voltados para a equidade de gênero e para o combate de todas as formas de violência contra a mulher.

Junto à procuradora-geral, a deputada estadual Ione Pinheiro (União), compuseram a mesa além de outras parlamentares e a conselheira do CRP-MG, a advogada Beatriz Coelho Morais de Sá; e a integrante da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Poliana Ferreira Santos. “Precisamos compreender o papel de cada um nessa luta, que envolve denúncia, ação, educação, e políticas públicas efetivas para punir agressores e acolher as vítimas”, assinalou a procuradora durante a abertura.

Suellen Fraga relata aspectos da misoginia organizada na sociedade. Foto: Elizabete Guimarães/ALMG

A conselheira presidenta do CRP-MG explicou que saúde mental é o direito à vida para além do corpo físico e que é necessária muita atenção para reconhecer desconfortos que geram adoecimentos. “Aproveito para parabenizar a casa sobre essas faixas aqui colocadas com o texto #nãoSeCale. Na Psicologia trabalhamos muito pela fala, pela possibilidade de se expressar enquanto pessoa nas diversas formas que temos enquanto seres humanos complexos que somos: falamos com o corpo, com o olhar, com as palavras. Então se expressar, não se calar, diz respeito a como nos colocamos no mundo, como estamos dando conta de viver. É uma necessidade de ser pessoa no mundo, de garantir a existência a partir das nossas possibilidades de expressão. Isso é saúde mental”, assegurou Suellen Fraga.

Segundo a psicóloga, estar com uma boa saúde mental depende de se sentir vivendo com toda sua potência e a misoginia global é uma interferência nesse processo. “Existe um projeto político de sociedade que nos organiza enquanto mulheres cis, travestis, trans, de forma a sermos subalternizadas; existir para atender uma vida que não é a nossa, mas de um homem cis, branco e hétero. Um projeto político que os mantêm nos melhores lugares, no poder, mas que sejam cuidados pelas mulheres, de forma a minar nossa expressão de vida”, detalhou Suellen Fraga. Ela ainda enumerou como características da misoginia: a cultura do estupro, a banalização e a objetificação do corpo feminino, o assédio sexual e as normas de gênero. “Então, quando buscamos alternativas como uma mesa como essa, de encontros coletivos para mulheres, onde nos encontramos, olhamos umas para as outras, entendemos que não é um problema individual, que é coletivo, que é um projeto político de sociedade, começamos a encontrar potências sobre como nos movimentar”, concluiu a conselheira presidenta do CRP-MG.

Assista o evento:



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