20 abr CRP-MG participa de audiência pública sobre segurança nas escolas de Belo Horizonte
Inclusão de profissionais da Psicologia no corpo escolar do município esteve em pauta
Representantes de órgãos de segurança, educação e sociedade civil se reuniram na manhã de ontem, 19/04, no Plenário Camil Caram da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), para darem sequência às ações e estratégias de promoção de segurança para estudantes e profissionais da educação da capital mineira. Dentre outros setores envolvidos no tema, o CRP-MG esteve presente, representado pelo conselheiro Celso Tondin, coordenador da Comissão de Orientação em Psicologia Escolar e Educacional da autarquia.
Presidenta da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, responsável pela audiência pública, Marcela Trópia (Novo) abriu os trabalhos destacando que o Legislativo Municipal está atento ao cenário atual de violência em escolas e que a reunião é um momento para trazer “o olhar de especialistas para além da segurança pública”. A presidenta da Comissão e uma das requerentes do encontro, destacou que já estão em andamento ações da Prefeitura Municipal e Governo do Estado no campo da segurança, assim é necessário pensar ações que vão além, na raiz do problema. “É importante prevenir esses episódios e para isso entramos em uma discussão sobre bullying, saúde mental, psicólogos nas escolas. Pautas que deliberamos nesta Comissão há alguns meses”, destacou a vereadora.
Conselheiro do CRP-MG, Celso Tondin destacou a possível causa de eventos traumáticos, como os ataques às escolas. “Do ponto de vista psicológico, a cultura do medo e ódio é um grande fomento para o sentimento de insegurança e aciona mecanismos de adoecimento psíquico e físico. Um ataque à escola é um ataque à civilização, é a perpretação da barbárie”. O conselheiro trouxe também à discussão o quanto as desigualdades e preconceitos influenciam diretamente na fomentação de violências. “Ao falarmos em segurança afetiva, precisamos potencializar o diálogo e o acolhimento. É a escola como um espaço de fala e de convivência entre estudantes, profissionais e comunidade”, ressaltou o conselheiro.
Marcela Trópia (Novo) deu destaque ainda, à lei municipal 11.457 que prevê o acompanhamento do corpo escolar por psicólogas (os) e assistentes sociais. “É um ciclo. Primeiro tiramos os alunos das escolas e quando voltaram não conseguimos identificar as falhas de aprendizagem. São alunos com acesso de raiva, dificuldade de concentração e crises de ansiedade. Tudo isso deságua no que vemos acontecer atualmente. Não adianta falarmos sobre retorno às aulas no pós-pandemia se a saúde mental está comprometida. Os psicólogos dando apoio nessa rede é fundamental, assim conseguimos identificar e encaminhar para o serviço de saúde ideal”, ressaltou.
Psicólogas(os) na rede municipal de educação de Belo Horizonte
Está em tramitação no Legislativo da capital mineira, o PL 494/2023 que dispõe sobre a prestação de serviços de Psicologia e Serviço Social nas escolas da rede municipal de educação. De autoria do vereador Pedro Patrus (PT), o texto aprovado pela Comissão de Legislação e Justiça da CMBH foi encaminhado à Secretaria Municipal de Educação em 21 de março para mais esclarecimentos.
Assista na íntegra a reunião da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Audiência Pública na ALMG
Haverá na tarde de hoje, 20/4, audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater a necessidade de adoção de medidas para o enfrentamento à violência escolar. O CRP-MG será representado pelo conselheiro Celso Tondin. Haverá transmissão simultânea a partir das 16 horas.