CRP-MG participa de protesto contra a reforma da Previdência

CRP-MG participa de protesto contra a reforma da Previdência

Nesta quarta-feira, 15/3, mobilizações em todo o país denunciaram os impactos da reforma da Previdência Social, prevista na Proposta de Emenda à Constituição 287 (PEC 287/2016). Representantes do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) participaram do ato realizado em Belo Horizonte. Veja fotos do protesto.

Dentre as diversas alterações trazidas pela medida, destacam-se: estabelecimento dos 65 anos como idade mínima para aposentadoria, fim da diferença de idade mínima entre mulheres e homens para se aposentarem – mesmo sabendo-se que no Brasil a maior parte das mulheres tem jornada dupla de trabalho – e a obrigatoriedade de contribuir por 49 anos com a Previdência para ter direito à aposentadoria integral.

Os protestos foram marcados pela presença de movimentos sociais, sindicatos, trabalhadores de vários segmentos, especialmente professores e outros profissionais da educação.

Veja depoimentos de conselheiras(os) do CRP-MG, psicólogas(os) e estudantes que participaram da paralisação em Belo Horizonte:

O desmonte da Previdência Social é um retrocesso que atinge todas e todos trabalhadores. O CRP-MG não podia ficar de fora de fora dessa luta, apoiamos as ações de resistência dos movimentos sociais.” – Dalcira Ferrão, conselheira secretária do CRP-MG

O CRP-MG apoia a luta contra a reforma da Previdência, contra esse desmonte das políticas sociais que tem sido feito pelo Governo Federal. Não só na Previdência, mas também na seguridade social, atingindo os direitos dos trabalhadores, atingindo o povo brasileiro de uma forma geral. Isso vai interferir diretamente nas questões subjetivas, relacionais e políticas. A Psicologia na defesa dos Direitos Humanos não pode ficar de fora dessa luta.” – Márcia Mansur, conselheira vice-presidenta do CRP-MG

A presença do Conselho Regional de Psicologia em manifestações desse tipo é fundamental por vários motivos: primeiro, porque nossa marca é entender a Psicologia com compromisso social, a favor da democracia, da participação social na definição dos rumos da sociedade. Em segundo lugar, a reforma da Previdência atinge diretamente o direito dos trabalhadores, das psicólogas, dos psicólogos. Inclusive somos uma categoria majoritariamente feminina e isso nos atinge com muita força. Não podemos nos esquecer também a questão dos trabalhadores rurais. É uma reforma Constitucional, que não foi votada, e não podemos concordar com ela em absoluto.” – Mariana Tavares, conselheira do CRP-MG

O trabalho é elemento fundamental da subjetividade humana e a possibilidade de aposentar-se também. Por isso, o CRP-MG se alia a todos os movimentos sociais, movimentos de trabalhadores, buscando fazer efetivo um direito humano fundamental, que é o direito à aposentadoria. As psicólogas e os psicólogos devem estar engajados socialmente, historicamente, devem conhecer a realidade em que atuam, por isso, é necessário que a gente não só veja de longe, mas realmente participe e se engaje.” – Túlio Picinini, conselheiro tesoureiro do CRP-MG

Temos que deixar o egoísmo de lado e considerar que os impactos irão muito além das nossas vidas. As mulheres estão numa jornada dupla nesse meio patriarcal que não se encerra nunca e ainda querem que nos aposentemos com a mesma idade que os homens, desconsiderando todas as vantagens que os homens têm na sociedade. Vamos ter que pagar por isso durante 49 anos de contribuição. Se mais esse desmonte for aprovado, todas as nossas lutas serão muito mais que utópicas.” – Cinthia Dias, estudante de Psicologia

Eu estou aqui não só como psicóloga, mas principalmente como cidadã. O desmonte da Previdência atinge a sociedade como um todo, afeta todo o Brasil. E hoje o lugar do cidadão brasileiro é aqui na rua, enquanto a democracia não for estabelecida e a gente não puder olhar para frente e enxergar um futuro que seja construído por nós.” – Dani Lúcia de Almeida, psicóloga

Estamos neste ato contra a reforma da Previdência, representando a categoria que por sua vez é composta em sua maioria por mulheres – de cada 10 profissionais da Psicologia, 9 são mulheres. Essa reforma vai ferir frontalmente nossos direitos. É um compromisso ético lutar contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer. A Psicologia luta!” – Lourdes Machado, diretora do Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais (PSind)

Falar em reforma é um pouco inadequado, esse é um trabalho de desmonte da Previdência pública, é a tentativa de torná-la privada. Na realidade do Brasil é perfeitamente compreensível as mulheres aposentarem primeiro que os homens, elas têm tripla jornada. Além disso, é muito visível o movimento do setor financeiro e dos bancos, que estão investindo na reforma da Previdência porque é a eles que interessa, pois podem vender planos de saúde, previdência privada. A deposição da Dilma era para desmontar o Estado de bem estar social, minimamente conquistado no governo Lula.Milton Bicalho – psicólogo e ex-conselheiro do CRP-MG

 

 



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