Debate sobre impactos da reforma da Previdência para as mulheres encerra programação do mês de março

O ciclo de debates Psicologia em Foco – evento realizado pelo Conselho Regional Psicologia -Minas Gerais (CRP-MG) – desta quarta-feira, 29/3, discutiu a “Reforma na Previdência e impactos para as mulheres”. Veja o vídeo do debate.

A mesa contou com a participação de Dirlene Marques, subcoordenadora do curso educação, pobreza e desigualdade social da UFMG e professora aposentada da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG; e da psicóloga e deputada estadual, Marília Campos. A mediação foi realizada pela psicóloga Lourdes Machado, que é presidenta do Sindicato das Psicólogas e dos Psicólogos de Minas Gerais.

Marília Campos citou medidas tomadas recentemente em âmbito federal: a primeira foi a PEC 55/2016, emenda Constitucional que congela os gastos públicos em saúde, educação e assistência social por 20 anos. Para Marília, a medida é autoritária do ponto de vista político. “Os futuros presidentes não irão mais construir uma proposta de governo, vão apenas gerenciar o que foi colocado”, disse Marília.

A deputada apontou que a proposta reforma da Previdência em tramitação no Congresso é mais um projeto de retirada de direitos sociais, onde mulheres e pobres serão os mais afetados. “O discurso é que ‘tem que se procurar o equilíbrio fiscal’ e esse equilíbrio tem uma diretriz com três pontos: o primeiro ponto é fazer a retirada de direitos, o segundo é reduzir o valor dos benefícios e o terceiro é que você terá que trabalhar muito mais e, consequentemente, contribuir mais, porém sem nenhum benefício”, argumentou Marília.

Dirlene Marques contextualizou o debate sobre a reforma da Previdência no país. Segundo ela, apesar do debate colocado atualmente, já na década de 1980 eram defendidas perspectivas que implicam na retirada de direitos. Essas visões atravessam os governos Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma e resultam na proposta defendida pelo governo de Michel Temer. “Um governo [de Michel Temer] que não tem nenhum compromisso com o povo brasileiro, com uma proposta de reforma mais radical e profunda do que vimos anteriormente”, criticou Dirlene.

Dirlene enfatizou a importância dos movimentos sociais se unirem, pois caso contrário a população sempre irá se submeter aos mesmos governantes.

A psicóloga Lourdes Machado reforçou a importância da mulher em espaços que historicamente são ocupados por homens e sobre a reforma da previdência observou que o que se vê nos veículos de comunicação é a voz da indústria e não a do trabalhador.



– CRP PELO INTERIOR –