Debate sobre o contexto de desassistência a adolescentes marca live da série “Saúde Mental de Janeiro a Janeiro”

Diálogo se fez urgente devido à escalada de ameaças de massacres em escolas públicas do estado

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou, em seu canal no Youtube, a live “O horror à diferença e o desamparo na adolescência”.  A transmissão faz parte da série “Saúde Mental de Janeiro a Janeiro” e ocorreu na última terça (26). O evento, que é promovido mensalmente pela autarquia, por meio da Comissão de Orientação em Psicologia, Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, apontou tópicos que conversam com a atuação da Psicologia em situações de desassistência na infância e adolescência, reforçando a importância de se compreender contextos de vulnerabilidade social ao se discutir questões relacionadas a esse grupo.

A live teve a participação de Mônica Eulalia da Silva Januzzi, pós-doutoranda em Estudos Psicanalíticos (UFMG), doutora e mestre em Psicologia (PUC Minas), psicanalista, docente no curso de graduação em Psicologia do Unicentro Newton Paiva e pesquisadora no PSILACS/UFMG com adolescentes em situação de vulnerabilidade; e Pedro de Paula, graduando em Psicologia na PUC Minas e integrante da Comissão de Orientação em Psicologia, Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do CRP-MG.

Mônica Januzzi iniciou o debate pontuando que comumente, jovens de baixa renda e pele escura vivem em um contexto de constante ameaça social, implicando ainda maior ameaça às meninas e mulheres jovens. A doutora em Psicologia salientou que esse grupo da população brasileira é invisibilizado pela sociedade, o que implica a estes uma luta diária pela sobrevivência. “Se o sujeito não é reconhecido como tal, o que o resta é ser um resíduo, um resto que será o objeto de tudo aquilo que falha, fracassa, do que não é para funcionar”, assinalou a convidada.

Pedro de Paula, mediador do debate, refletiu que o contexto de ameaças em escolas públicas de Minas Gerais faz parte de uma estrutura opressora presente na sociedade que impede os sujeitos oprimidos de saírem desse local desfavorável. Para Pedro, o fazer Psi precisa ter coragem de enfrentar essa realidade: “Somente com a coragem de dizer o que está no campo do não dito é que vamos conseguir dar início a organização popular necessária para a mudança da atual conjuntura que transforma sujeitos em sintomas”, concluiu o mediador.

Confira a íntegra:



– CRP PELO INTERIOR –