Desafios e perspectivas da Psicologia frente aos direitos humanos são pautados em live do CRP-MG

Atuações em Minas Gerais e no Brasil foram abordadas em transmissão

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou na noite da última quarta-feira, 14/12, live com o tema “Psicologia e Direitos Humanos: desafios e perspectivas em Minas Gerais e no Brasil”. O evento refletiu sobre as implicações do desmonte de políticas públicas de Direitos Humanos para o trabalho de psicólogas e psicólogos.

A atividade contou com a participação das convidadas, Claudia Mayorga, professora de Psicologia Social da UFMG, pró-reitora de Extensão da UFMG; membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia e de Thays Costa, psicóloga, mestra em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência (UFMG), atuante como Psicóloga no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) de Minas Gerais, integrante do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos (Labtrab/UFMG) e associada do Instituto DH: Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania.

A mediação do debate foi realizada por Isabella Lima, conselheira do XVII Plenário do CRP-MG, doutora em Psicologia (UFMG), especialista em Psicologia Hospitalar e da Saúde pelo Programa de Residência da UFJF, associada do Instituto DH: Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania e professora no curso de Psicologia da Faculdade Arnaldo.

Ao iniciar a conversa, a conselheira Isabella Lima apresentou a atual composição da Comissão de Direitos Humanos do CRP-MG e citou a honra de estar à frente dessa comissão permanente. Isabella destacou ainda a importância das CDHs dos CRPs e do CFP. “[As CDHs dos CRPs e do CFP] têm a função de mobilizar a categoria a se implicar na defesa de todas as pessoas, considerando que produzimos uma sociedade estruturada nas desigualdades e violências”.

Na sequência, a convidada Claudia Mayorga iniciou sua exposição defendendo que é necessário entender o porquê os valores anti-direitos humanos possuírem reciprocidade e acolhimento na sociedade brasileira. “Nós somos um país com um histórico muito autoritário, de muita desigualdade, com uma construção colonial, racista, patriarcal e heteronormativa. Isso faz parte da nossa história, e nos constituiu como instituições e sujeitos. Porém, também temos uma história de muitas resistências, com grupos sociais que constroem sua participação na sociedade com um vínculo forte com a defesa dos direitos humanos. Desta forma nos é colocada a necessidade de junto aos movimentos sociais entendermos que a promoção dos direitos humanos não é tarefa de um único ator ou instituição”, asseverou.

Após a fala de Claudia, Thays Costa trouxe as suas considerações propondo a análise de um recorte de seis anos na história recente do país. A psicóloga elucidou os desafios para as políticas de direitos humanos, a partir da realidade brasileira iniciada com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. “É nítido o retrocesso que afeta diretamente o cenário da luta dos Direitos Humanos em Minas e no Brasil. Um exemplo em Minas Gerais são os quilombolas e os atingidos por barragens, que possuem hoje os maiores violentadores ou ameaçadores, a mineração e os grandes latifundiários”, afirma.

Após as falas das convidadas, a mediadora Isabella Lima propôs um momento para considerações iniciadas pelos internautas e concluiu trazendo à reflexão a necessidade dos direitos humanos precisarem ser compreendidos de uma forma indivisível.

Assista a live:



– CRP PELO INTERIOR –