21 jul Entidades da Psicologia mineira manifestam repúdio à Portaria MEC que autorizava curso EaD de Psicologia
Medida foi tornada sem efeito, mas instituições seguem atentas
O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), as representações estudantis mineiras, juntamente com o Núcleo Abep Minas, os Núcleos Juiz de Fora, Belo Horizonte e Betim da Abrapso, demais entidades da Psicologia e parlamentares, manifestaram total repúdio ao Parecer MEC/CNE/CES nº 179 de 17 de fevereiro de 2022, que descaracterizou as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Psicologia.
Segundo as entidades, o Parecer retira a modalidade presencial presente nas DCN, o que abriu caminho para a Portaria 749 publicada pelo Ministério da Educação em 14 de julho de 2022. A Portaria autorizava uma universidade privada a abrir curso de graduação em Psicologia na modalidade de Ensino a Distância (EaD) com 2 mil vagas anuais. O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, publicou no dia seguinte, 15 de julho, uma nova normativa para tornar sem efeito a Portaria MEC 749, sob alegação de erro material.
Contudo, as instituições seguem em estado de alerta, pois afirmam que apesar de ter sido revogada, a Portaria pode ser reeditada a qualquer momento.
Ensino remoto versus EaD
A conselheira e coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia e Formação Profissional do CRP-MG, Evely Najjar Capdeville, explica que há diferenças entre o ensino mediado por tecnologias, como o que ocorreu durante a pandemia, e o ensino a distância.
“O ensino remoto diz respeito às atividades mediadas por tecnologias, mas orientadas pelos princípios da educação presencial. Os estudantes podem ter aulas virtuais no mesmo horário que estariam presencialmente, são as aulas síncronas. Nesta modalidade, o professor está ao vivo, participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem. O ensino remoto, muito utilizado nesse momento da pandemia, foi uma solução temporária para diminuir os impactos de uma paralisação total”, descreve.
“Já o ensino EaD utiliza plataformas digitais com um formato mais engessado. O aluno encontra o curso já pronto. Por meio de atividades, vídeos e leituras, ele precisa se organizar para realizar as aulas e outras demandas, tendo como apoio, tutores que poderão responder às suas dúvidas em fóruns de discussões. O ensino já vem pronto, sem ou com poucas possibilidades de interação com os outros atores do processo educacional, que possam participar e construir o conhecimento.” conclui.
Em âmbito nacional, o Sistema Conselhos de Psicologia estabelecerá um plano de ação em defesa da presencialidade como condição indispensável para a formação de qualidade em Psicologia.
