12 dez Entrevista do programa de rádio realça religiosidade, gênero e diversidade
Um fenômeno que marca a contemporaneidade é o fundamentalismo religioso, que, ao longo do tempo, condenou grupos de pessoas a dogmas rígidos. As mulheres e as pessoas LGBTIs não escaparam desses discursos violentos. Para falar do assunto, nesta quarta-feira, 11/12, o Psicologia em Foco no rádio abordou a temática em entrevista com o conselheiro e integrante da coordenação da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), Reinaldo da Silva Júnior.
Ouça o programa:
Pensar na lógica que orienta os discursos violentos produzidos dentro da religião é um passo importante, segundo o conselheiro. Para ele, é possível caracterizar que as religiões têm medo de toda essa complexidade porque sexualidade e identidade de gênero são expressões de liberdade. “Os grupos fundamentalistas têm como característica entender que a religião é algum tipo de instrumento de controle moral e ético, que faz com que as pessoas tenham que se enquadrar em modelos pré-estabelecidos de vida. Essa forma fechada e determinada de comportamento é como se fosse uma garantia de uma vida eterna em um paraíso”, reforça.
Reinaldo da Silva Júnior também defende que o preconceito não pode ser expandido para todas as religiões, pois são grupos fundamentalistas que produzem preconceitos. No que diz respeito à figura da mulher nesse contexto de violências, o conselheiro completa: “o que as pessoas confundem muito, ao verem algumas práticas, é a ideia de que nos textos bíblicos e islâmicos, principalmente, há uma desqualificação da mulher, mas é exatamente ao contrário. A mulher é uma figura fundamental para construção das relações e da espiritualidade. O que essas religiões trazem, na verdade, é a importância do feminino, da mulher, e um profundo respeito pelos lugares de diferença”, conclui.
