História da formação de psicóloga(o) e desafios do presente foram o foco da conferência de encerramento

A conferência de encerramento da I Mostra de Formação em Psicologia: Ensino, Pesquisa e Extensão, realizada pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), em Belo Horizonte, nos dias 5 e 6 de julho, cujo tema foi “Novas Diretrizes Curriculares da Psicologia: como estamos?”, contou com a psicóloga Iraní Tomiatto de Oliveira. Ela é mestra e doutora em Psicologia Clínica (USP), coordenadora de cursos, professora e supervisora, diretora da ABEP em três gestões e colaboradora do CRP-SP e do Conselho Federal de Psicologia nas áreas de formação de psicólogas(os) e de psicoterapia.

Ela iniciou apresentando a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, uma associação que está fazendo 20 anos e foi fundada para acompanhar e coordenar ações relacionadas à formação do psicólogo e ao ensino da Psicologia em geral. “Articula ações relacionadas à formação e ao ensino da Psicologia junto aos órgãos oficiais, acompanha projetos de lei ligados ao tema e estabelece parcerias com o Sistema Conselhos e com outras entidades da Psicologia para essas ações”, explicou Iraní Tomiatto.

Em seguida a conferencista descreveu uma linha do tempo da formação da Psicologia a partir da lei nº 4.119/62, que regulamentou a profissão e do próprio desenvolvimento e principais marcos da formação dentro de um contexto sociopolítico do país. “Não foi um processo fácil. As diretrizes continham uma coisa importante que era uma formação generalista, com ênfases curriculares, de forma ambivalente. Eram tantas as possibilidades que, colocar tudo em um curso não seria possível. Foi um grande desafio”, pontuou chamando para a reflexão “como fazer uma formação generalista numa área tão complexa, buscando ainda o desenvolvimento de atitudes e valores como o compromisso social, a postura ética, os direitos humanos como eixo norteador, a análise crítica?”.

Colocou para o público os números atuais:

343.812 psicólogas

750 cursos de graduação

60.000 atuando em políticas públicas

200 mil estudantes de graduação

Como destaque de sua apresentação, Iraní Tomiatto enumerou os desafios da formação de psicóloga, que são a política de educação superior, sua expansão e desregulamentação por parte do Estado; a privatização e mercantilização; a precarização do ensino público; e a precarização da formação e do trabalho docente. Por último ressaltou a questão do ensino à distância (EaD) como fonte de lucro e não como uma alternativa inclusiva, ponderando seus efeitos mais nefastos para a Psicologia.



– CRP PELO INTERIOR –