II Seminário Regional Psicologia do Trânsito em Trânsito pelo Brasil

Psicólogos e psicólogas que atuam com o trânsito estiveram reunidos no último sábado (10/08), para o II Seminário Regional Psicologia do Trânsito em Trânsito pelo Brasil. Promovido pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), o evento contou com cerca de 80 participantes. A atividade teve início com uma mesa de abertura, seguida pela conferência “Desafios para uma década; segurança, mobilidade e juventude”, ministrada pelo mestre em sociologia e pesquisador em educação e segurança no trânsito, Eduardo Biavati.

Durante a conferência, o palestrante apresentou dados que comprovam o aumento da violência no trânsito no Brasil, principalmente nas cidades com menos de 20 mil habitantes. Biavati acredita que o aumento não é se deve apenas pela alta velocidade ou pela falta do uso de capacete entre os motociclistas. Ele destaca que a violência no trânsito são consequências de uma pluralidade de fatores internos e externos, como a ausência de fiscalização e a falha no planejamento urbano, a qual permite a circulação dos veículos de grande porte, como carretas e caminhões, junto aos veículos pequenos, como bicicletas e motocicletas.

Biavati chama atenção para as mortes no trânsito do país enquanto problema de saúde pública. “O trânsito está esgotando o recurso da saúde”, explica. Segundo o sociólogo, cerca de 30 bilhões de reais por ano são gastos com a violência no trânsito. Ele acredita que para se solucionar essa brutalidade, que gera centenas de mortes todos os anos, a fiscalização não é suficiente. É preciso também educar com iniciativas e ações por meio do Estado e da sociedade civil.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), morrem por ano 1,2 milhões de pessoas nas ruas, estradas e rodovias. Diante desse quadro, a ONU vem promovendo a década de ações para segurança e trânsito, entre os anos de 2011 e 2020. O Brasil está incluído nessa iniciativa, que tem como objetivo reduzir o número de mortes no trânsito em 50%, em dez anos.

Em seguida à conferência, foi realizada a mesa “Mobilidade e Trânsito: interdisciplinaridade, políticas públicas e novas práticas”, com a participação do superintendente de planejamento e pesquisas da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte – BHTRANS, Rogério Carvalho Silva; da médica epidemiologista da Secretária Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Lúcia Maria Miana; da psicóloga e servidora do DER/MG (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais), Lourdes Tavares; e da doutora em Psicologia do Trânsito pela USP e membro titular da Câmara Temática de Saúde e Meio Ambiente (CONTRAN), Raquel Almqvist. A mesa contou com a mediação da psicóloga com especialização em Psicologia do Trânsito e coordenadora da gerência de Educação para o Trânsito do DER/MG, Rosely Fantoni.

Os palestrantes apresentaram dados de pesquisas referentes à mobilidade urbana e violência no trânsito, além de discutirem a atuação do psicólogo com a questão do trânsito. Ressaltou-se que o psicólogo deve se debruçar sobre os fatores que o levam à morte no trânsito.

No período da tarde, as clinicas médicas e psicológicas credenciadas pelo DETRAN-MG (Departamento de Trânsito de Minas Gerais) realizaram uma reunião entre os profissionais atuantes na área presentes no evento. Foram formados grupos de debates, que discutiram sobre os seguintes temas: biometria, honorários, agendamento e avaliação psicológica. Os profissionais irão apresentar um documento com a síntese das discussões para o DETRAN-MG.

Confira AQUI o filme “Muito além do peso” e AQUI a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012, ambos tratados pelo sociólogo Eduardo Biavati durante sua conferência.

Veja AQUI outras fotos do evento.



– CRP PELO INTERIOR –