24 jun Interlocução entre representação política, envelhecimento e educação com a causa LGBTI+ pauta live do CRP-MG
Encontro mostrou os diversos retrocessos vividos por essa população e formas de superá-los
Em alusão ao Dia do Orgulho LGBTI+, 28 de junho, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), realizou a live “Orgulho LGBTI+ em tempos de retrocesso” na última quarta-feira, 23/6. O evento abrangeu temas fundamentais para a luta contra as barreiras impostas para essa população.
Confira a atividade na íntegra:
A psicóloga clínica e coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual da Subsede Centro-Oeste do CRP-MG, Lorena Rodrigues, mediou o debate e convidou a categoria a se engajar nessa pauta. “É importante que a Psicologia esteja atenta a essa realidade e comprometida com a saúde mental de todas, todos e todes”, afirma.
O debate teve a presença de convidadas, como a vereadora do município de Pompéu, Lunna da Silva. Mulher trans, Lunna foi eleita vereadora mais votada e está atuando na vereança há 6 meses. “Está sendo uma experiência nova, mas estou adorando”, comenta. Diante de tantos obstáculos, ela comenta que sua trajetória foi de superá-los para garantir seus direitos. O mandato é uma dessas formas, lutando pelo direito à igualdade e ao acesso a uma vida melhor da população LGBTI+.
Com um trabalho sobre o envelhecimento da população LGBTI+, a psicóloga e mestra em Saúde Pública, Marília Fraga, aponta que esse grupo sofre um duplo preconceito, que afeta o modo de viver e de se relacionar, implicando em restrições sociais, estigmas e sofrimentos. Dessa forma, ela ressalta o papel da Psicologia para a eliminação desses preconceitos e da patologização das vidas. “Enquanto ciência e profissão, pode-se colaborar para a visibilidade e qualidade de vida, dedicando-se aos estudos de sexualidade, diversidade sexual e processo de envelhecimento”, propõe.
O retrocesso também afeta a educação. Para a graduanda em Psicologia, trans-feminine não-binárie e membro da Comissão de Orientação em Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do CRP-MG, Tuty Veloso, isso acontece tanto em ambientes do ensino superior como no básico e cita o exemplo do banimento das cartilhas de gênero em escolas. Além disso, Tuty fala sobre a construção de políticas públicas para afirmar, mais ainda, a despatologização das identidades trans e travestis e da homossexualidade.
Identificada como não-binárie, a estudante fala das vivências desse grupo para dizer quem são e o que querem. “Nós, como pessoas não-binárias, somos pessoas trans e estamos também no lugar da subnotificação, com dificuldade no acesso a educação, trabalho e setores de saúde”, comenta. Para Tuty, é necessário unir forças para que o movimento não perca a potência enquanto coletivo.