Live aborda atuação psi perante as relações de gênero e étnico-raciais em ambiente escolar

Transmissão integra a série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e já está disponível no canal do CRP-MG no YouTube

Na noite da última terça-feira, 26 de novembro, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) promoveu a live Relações de gênero e étnico-raciais na escola. A transmissão integra a série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e já está disponível no canal do CRP-MG no YouTube.

A coordenadora colegiada da Comissão de Orientação em Psicologia e Relações Étnico-Raciais da subsede Centro-Oeste do CRP-MG, Laís Fortunato, lembrou durante a live que o histórico colonial do país segue impactando as interações da sociedade atual: “O Brasil foi instituído, enquanto Estado e nação, a partir de uma soberania e de uma supremacia racial, e isso estruturou todas as relações que hoje a gente consegue vivenciar e analisar, sejam relações sociais, financeiras ou afetivas. E tudo aquilo que atravessa o nosso bem viver também vai atravessar o cotidiano escolar”.

Laís explicou que o preconceito se manifesta de diversas formas, como na diferença de tratamento que as crianças recebem de acordo com a sua cor. “Qual criança vai receber colo primeiro quando chorar? Qual vai sair para merendar primeiro? Qual será trocada primeiro quando está suja?”, refletiu a convidada.

A professora universitária Raquel Lázara Alves Severino considerou que a Psicologia deve se posicionar contra as violações de direitos e as(os) profissionais psi precisam estar atentas(os). “Se o psicólogo está inserido na comunidade escolar, ele deve agir com criticidade para perceber as diferentes formas de violência que acontecem ali”, pontuou. “É um dever do psicólogo se atentar a todos os processos de violência sofridos por aqueles que perpassam de alguma forma o seu fazer profissional”, reforçou a psicóloga.

O encontro foi mediado pela educadora popular e psicóloga clínica Ana Maria Prates. Ela lembrou que o ambiente escolar é afetado por fatores externos que compõem a nossa sociedade: “A escola, enquanto instituição, não é neutra. Ela carrega, dentro da sua estrutura, as marcas de um projeto histórico, social e político que reflete, e muitas vezes reproduz, lógicas hegemônicas e violentas”.

A mediadora também comentou a atuação profissional psi nesse contexto. “Quando nós falamos de uma atuação do psicólogo escolar, ou do profissional de Psicologia no campo educacional, precisamos falar de uma atuação que assuma um posicionamento ético e político, e nesse sentido, é preciso compreender que não há como essa prática se isentar de enfrentar privilégios e considerar todos os atravessamentos de raça, classe e gênero”, afirmou.

A live está disponível, na íntegra, no canal do CRP-MG no YouTube. Assista:



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