Live discute sobrecarga das mulheres na pandemia de Covid-19

As mulheres são a maioria entre os indivíduos que estão em trabalho remoto. Segundo dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), durante a pandemia de Covid-19, em novembro de 2020, 57,8% das pessoas em home office eram mulheres.

Atenta a esse contexto, a série especial de lives do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) no mês das mulheres abordou o tema “Mercado de trabalho, educação remota e saúde mental das mulheres/mães”.

A conversa foi mediada pela psicóloga clínica, co-coordenadora da Comissão de Orientação Mulheres de Gênero na subsede Centro-Oeste do CRP-MG, Lilian Soares. Ela abriu o evento comentando que o cansaço e a sobrecarga de trabalho já fazem parte da rotina de muitas mulheres e mães, mas foram bastante potencializados com a pandemia.

A live teve como convidadas a professora da Rede Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte e mãe da Bárbara e do Bernardo, Márcia de Cássia Gomes; e Marizélia Martins Pereira, psicóloga clínica infanto-juvenil e mãe do Ícaro Valentim e da Kiara.

Marizélia Pereira reforçou como as medidas de isolamento ressignificaram a relação com a família, o trabalho, a escola e com a própria casa. Ela falou sobre como o contexto fez com que fosse preciso olhar para o coletivo: “enquanto profissionais, nós também fomos obrigados a olhar para toda a classe, a sair de nosso consultório e acolher as demandas que vêm da saúde mental da sociedade, a ansiedade que é não saber quando voltam as aulas de seu filho e de como você deve ensiná-lo”.

O ensino remoto e a educação das crianças também foram comentados por Márcia Gomes. Para ela, ficou perceptível como a escola tem um papel estratégico na vida e na comunidade, das crianças, na sociabilidade, na perspectiva de ação, como um instrumento e aparelho de Estado.

Outro ponto é a importância do ambiente escolar para além da educação pedagógica. “Nós temos muitas pessoas analfabetas, principalmente mulheres idosas, que são a maioria. E isso vai afetar a nossa entrada no mercado de trabalho e a nossa saída. As mulheres que mais sofrem são as periféricas, vide a primeira mulher no Brasil que morreu na pandemia, foi uma empregada doméstica”, disse a professora. Dados da PNAD, de 2019, mostram que 18% das mulheres do país que têm 60 anos ou mais são analfabetas.

Quando perguntadas sobre a saúde mental das mães com o ensino remoto, as convidadas falaram da importância de compartilhar essa responsabilidade por meio de redes de apoio. Marizélia comentou sobre usar a sensação de sobrecarga para conhecer os seus limites: “Questionar-se sobre isso pode ser uma forma de dar um basta nesse acúmulo, ver quem pode mais te ajudar nisso, que você pode pedir ajuda e contar com uma rede de apoio”, comenta a psicóloga.

Assista a live na íntegra:

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Confira a programação especial de lives do mês de março. Os encontros acontecerão sempre às quartas-feiras, com transmissão pelo canal do CRP-MG no Youtube.

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– CRP PELO INTERIOR –