Live do CRP-MG discute Projeto de Lei sobre acompanhamento terapêutico de pessoas com autismo

A atividade avaliou as implicações do PL 558/2023, do ponto de vista da Psicologia

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou na última quarta-feira, 13/9, a live “Técnicas e métodos psicológicos no acompanhamento terapêutico de pessoas com autismo frente ao PL 558/2023”

O Projeto de Lei 558/2023 tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e dispõe sobre o direito de ingresso e permanência de acompanhantes terapêuticos de pessoas com transtorno do espectro autista nas instituições de ensino públicas e privadas do Estado.

O evento virtual contou com a participação da doutora em Psicologia e coordenadora do Observatório de Políticas do Autismo pertencente à Federação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana, Paula Pimenta, e da psicóloga pós-doutora em Filosofia da Educação e fundadora do Núcleo de Estudos em Psicanálise e Educação, Roberta Ecleide.

A live foi mediada pela psicóloga, doutora em Psicologia Social, conselheira secretária do CRP-MG e referência do Crepop Minas, Paula de Paula.

Paula Pimenta destacou a importância de se refletir sobre a abordagem do acompanhamento de pessoas com TEA no ambiente escolar, enfatizando a necessidade de considerar as singularidades de cada indivíduo.

“Temos uma situação crescente que traz uma invasão do campo da saúde no campo da educação. Só de termos a necessidade de um laudo médico com diagnóstico para tratar as necessidades dos estudantes, notam-se esses atravessamentos. Os profissionais da educação são completamente capazes de identificar as necessidades dos alunos e a relevância da parceria educação/saúde sempre existiu”, avaliou.

Roberta Ecleide apontou a relevância de se pensar em um viés crítico, que problematize questões estruturais de inclusão nos espaços escolares. “Acompanhamento terapêutico é prática de atenção psicossocial que faz parte dos cuidados da clínica ampliada, desde antes desse nome se consolidar. Assim, nada contra essa prática, porém isso dista da possibilidade de uma inclusão, pois não conseguimos nem fazer o necessário ainda, que é a inserção de todas as crianças e adolescentes nas escolas de forma a respeitar suas diferenças”, argumentou.

“O PL vai contrário a uma posição do Conselho Federal de Psicologia sobre a autonomia profissional. O trabalho desenvolvido pela psicóloga não é definido pela política”, pontuou Paula de Paula. A mediadora falou sobre a necessidade de promover discussões como essa, que contribuem para uma prática psicológica que seja de fato inclusiva.

Assista a live na íntegra:



– CRP PELO INTERIOR –