Luta antimanicomial e anticolonialidade guiam live do CRP-MG

Transmissão integra a série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e está disponível no canal do Conselho no YouTube

Na noite da última segunda-feira, 26 de maio, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) promoveu a live “O que a Psicologia tem a aprender com a perspectiva antimanicolonial?”. A transmissão integra a série Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e está disponível no canal do Conselho no YouTube.

Para a psicóloga, mestra e doutora em Psicologia Social Maria Aline Gomes Barboza, convidada desta edição, a anticolonialidade pode ser definida como “um movimento político de crítica das estruturas coloniais de poder, políticas e econômicas que se tornaram hegemônicas” em nossa sociedade.

Maria Aline também ressaltou que esse movimento tem como objetivos desmantelar essas estruturas e criar outras possibilidades. “Criar outras formas de ser, de produção de conhecimento, de produção econômica e de reprodução social da vida que não tenham como pilar fundante essa imbricação tão forte entre os mecanismos de exploração e opressão”, explicou.

Para ela, não há como avançar na luta antimanicomial se não for incorporada a anticolonialidade. “Quando nós falamos que estamos pensando em uma perspectiva antimanicolonial, estamos juntando forças revolucionárias que vão pensar em liberdade e emancipação para todas as pessoas, considerando que a humanidade tem como princípio a sua diversidade, mas a partir da produção dos grupos historicamente postos em situação de marginalidade, opressão e exploração, invisibilizados e violenta e sistematicamente apagados”, destacou.

A anfitriã da transmissão foi a integrante da Comissão de Orientação em Psicologia, Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do CRP-MG, Tulíola Lima.

Referências

Confira algumas referências citadas no diálogo:

DAVID, Emiliano. Camargo; VICENTIN, Maria; SCHUCMAN, Lia. Vainer. Desnortear, aquilombar e o antimanicolonial: três ideias-força para radicalizar a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Ciência & saude coletiva, v. 29, n. 3.

GOMES, Bárbara dos Santos. Encontros antimanicoloniais nas trilhas desformativas. 2019. (Trabalho de Conclusão de Especialização em Saúde Mental Coletiva) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/196363/001096313.pdf?sequence=1.

MIRANDA, Deivison Warlla. À Esquizoanálise não basta ser Anti-Édipo, é preciso ser anticolonial! In: LEMOS, Flávia Cristina Silveira, et al. (organizadores). Ética e política contracolonial. Curitiba: CRV, 2024. p. 121-140. Disponível em: https://www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/38539-etica-e-politica-contracolonial?srsltid=AfmBOoog-aO0BsfyOXd1tidV4RlkVch1CRD-cc4mASoLQYmf6qDQ8n-Z.

SANTOS, Leiliana Maria Rodrigues. Escrevivências, o cuidado contracolonial em saúde mental: tudo sobre nós com nós. 2024. 154 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) – Programa EICOS, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.

PASSOS, Rachel Gouveia. Mulheres negras, sofrimento e cuidado colonial. Revista Em Pauta: teoria social e realidade contemporânea, [S. l.], v. 18, n. 45, 2020. DOI: 10.12957/rep.2020.47219. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaempauta/article/view/47219.

BISPO, Antônio dos Santos. A terra dá, a terra quer/Antônio Bispo dos Santos; imagens de Santídio Pereira. São Paulo: Ubu Editora/PISEAGRAMA, 2023. 112 p.

NÚÑEZ, Geni. Descolonizando Afetos: Experimentações sobre outras formas de amar. São Paulo: Editora Versátil, 2023.

A live está disponível na íntegra no canal do CRP-MG no YouTube. Assista:



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