Na linha de frente: o SUAS não parou durante a pandemia

Live debateu a importância das políticas públicas para a saúde da população

Em mais uma edição do projeto Saúde Mental de Janeiro a Janeiro, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) debateu nesta terça-feira, 31, a importância do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) durante a pandemia.

A atividade encerrou o mês de agosto, dedicado a comemorações do Dia da(o) Psicóloga(o), e contou com mediação da presidenta do Conselho, Lourdes Machado, e das convidadas Anédia Farias, Luanda Queiroga e Gabrielly Rios.

A essencialidade do SUAS durante a pandemia do Coronavírus e seus reflexos na saúde mental das(os) usuárias(os)

“O CRAS é o coração do SUAS, das políticas públicas. Tudo que o usuário precisa parte dali”. É com essa fala que a membra do Fórum das(os) Usuárias(os) do SUAS, Anédia Farias, abriu a live desta terça-feira.

Ao abordar a importância das políticas públicas, Anédia chama a atenção para a necessidade de proteção desses equipamentos. Segundo ela, são essas ações que garantem melhores condições de bem-estar à população, mas que sofrem com recentes tentativas de precarização, como as demissões das(os) trabalhadoras(es) e substituição por sistemas eletrônicos. “Não nos tirem os profissionais do atendimento, não queremos robôs, queremos ser atendidos por pessoas”, enfatiza Anédia.

A presidenta do CRP-MG, Lourdes Machado, acrescenta que essa precarização é acirrada no contexto da pandemia com a falta de equipamentos de proteção e a inclusão tardia das(os) profissionais no grupo prioritário para a vacinação. “As(os) trabalhadoras(es) do SUAS no início da pandemia foram colocadas(os) como trabalho essencial. Porém, essa essencialidade não reverbera no momento da vacinação”, pontua Lourdes.

Para a psicóloga e presidenta do Sindicato das(os) Psicólogas(os) de Minas Gerais (Psind), Luanda Queiroga, o momento é de desafios para as seguranças sociais. “O desfinanciamento do SUAS traz um aumento gigantesco de famílias em extrema pobreza, necessitando de serviços que vão além do que conseguimos ofertar”, aponta Luanda.

A pandemia provoca e faz pensar como superar o desmonte e operar o próprio sistema com as restrições sanitárias. Para Luanda, atravessar esses desafios depende do respeito aos direitos fundamentais de cada cidadão. “É primordial para garantir saúde mental, uma vida boa. Ter os direitos assegurados”, ressalta.

A população que demanda essas políticas públicas tem um perfil conhecido, são pessoas em vulnerabilidade social. Para a conselheira do Conselho de Assistência Social de Contagem, Gabrielly Rios, fica evidente o retrocesso na qualidade de vida desse público durante a pandemia. No dia a dia dos atendimentos, Gabrielly percebe que a dificuldade de acessar os equipamentos durante a pandemia provocou perdas para as(os) usuárias(os). “Se antes eles eram mecanismos de saúde, de qualidade de vida, de construção, reconstrução e ressignificação de histórias, passam, literalmente, a ficarem ausentes. Muitas pessoas ficam sem espaços de convivência para frequentarem”, reflete.

A live completa está disponível em nosso canal do Youtube. Não deixe de assistir e contribuir com os seus comentários para melhoria dos diálogos e temas propostos pelo Conselho para os próximos debates.



– CRP PELO INTERIOR –