Nota de repúdio ao episódio racista e misógino ocorrido na ALMG

O Conselho Regional de Psicologia Minas Gerais (CRP-MG), por meio da Comissão de Orientação Mulheres e Questões de Gênero, vem por meio desta nota manifestar repúdio ao episódio vivenciado pela deputada Estadual Andréia de Jesus que teve sua fala – ocorrida no dia 9/6/2021, quarta-feira – satirizada, invisibilizada e desconsiderada por dois deputados ao solicitar um minuto de silêncio para Kehtlen Romeu, mulher/mãe ainda gestante, negra, periférica que foi assassinada em uma ação da polícia do Rio de Janeiro.

Vivemos em um país que assassina cotidianamente jovens negras(os) periféricas(os) e desrespeitar a fala, e o pedido deputada eleita, mulher e negra é inadmissível. A deputada Andréia representa não só quem a elegeu, mas também cada mulher/homem negra/o que tem sua existência negada pelo Estado que reproduz violências sutis (como a falta de acesso a condições básicas de vida) e diretas (através de operações policiais que assassinam e encarceram a população jovem e negra).

Nosso repúdio ao fato ocorrido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que deveria representar um local democrático e de representatividade das vozes das(os) cidadãs(os) brasileiras(os). É inconcebível que parlamentares destilem ataques racistas e misóginos no exercício profissional e não sofram penalidades condizentes com o que suas falas representaram a toda a população brasileira.

Belo Horizonte, 11 de junho de 2021
XVI Plenário do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais

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